A Morte de JP Cuenca
Primeiro longa-metragem dirigido pelo escritor João Paulo Cuenca, “A Morte de JP Cuenca” integra projeto do autor junto ao livro “Descobri que Estava Morto”, cujo lançamento será também nesta mesma semana, durante a Festa Internacional Literária de Paraty, a Flip. O filme estreia nesta quinta, dia 30 de junho, em salas de exibição de São Paulo e Rio de Janeiro. Em seguida, entrará em cinemas de todo o Brasil.
Em 2011, o escritor recebeu a notícia de sua própria morte. Um cadáver num edifício ocupado no bairro carioca da Lapa foi identificado pela polícia com a sua certidão de nascimento. Este é o mote para o filme. Quando o comum em casos de roubo de identidade é que uma pessoa adote a identidade de um morto para começar uma nova vida, o oposto é o caso aqui: um homem rouba a identidade de outro apenas para morrer em seu lugar. Assim começa uma história real sobre duplos e roubo de identidade, como se tirada de um conto de literatura pulp. Uma trama que o autor tenta esclarecer enquanto escreve um livro e dirige um labiríntico meta-documentário.
Deambulações noturnas, expedições carnavalescas, telefonemas sinistros e o tórrido caso de amor com uma mulher misteriosa: tudo isso tem lugar no delirante canteiro de obras do Rio de Janeiro em anos pré-olímpicos. No momento em que a cidade está em profunda transformação, essa não é apenas a história de um escritor que se vê tragado pelo acaso, mas também a de um casal que mora num prédio ocupado e que é atravessado pela tragédia.
Misturando realidade e ficção, “A Morte de J.P. Cuenca” é uma investigação policial e cinematográfica: a procura por respostas numa cidade conhecida por não oferecê-las. O projeto ganhou o Edital de Produção da Riofilme e participou do primeiro Bienalle College do Festival de Veneza. O longa-metragem, filmado na Lapa, conta com não atores e apenas uma atriz, Ana Flavia Cavalcanti. O longa é uma coprodução com o Canal Brasil.