Festival de Gramado se prepara para edição de grande apelo popular

A quadragésima-quarta edição do Festival de Cinema de Gramado acontece mais tarde este ano. Por causa das Olimpíadas, a festa gaúcha vai entrar pelos primeiros dias de setembro (de 26 de agosto a 3 de setembro), já em clima eleitoral. No dia 2 de outubro, os municípios elegerão, ou reelegerão, seus prefeitos.

Com os filmes selecionados – a começar pela cinebiografia da gaúcha Elis Regina – dá para prever a volta do público ao Cine embaixador, ou Palácio dos Festivais, que não conhece superlotação há muitos anos. Edições como as que consagraram “Ilha das Flores” e prestigiaram “O Quatrilho” nunca mais se fizeram notar.

Além do apelo de “Elis”, são esperadas salas cheias para “O Roubo da Taça”, comédia de elenco estelar sobre o roubo (e derretimento) do caneco (de ouro) Jules Rimet; “Rua Barata Ribeiro, 716”, do muito amado Domingos Oliveira, agora com os olhos voltados para a boêmia etílico-apaixonada-desvairada que trombou com o Golpe Militar de 1964, e “O Silêncio do Céu”, filme brasileiro falado em espanhol e protagonizado por dois astros portenhos, os guapos Leonardo Sbraglia (de “Plata Quemada”) e Chino Darín, filho do astro Ricardo Darín. Com eles, a brasileira Carolina Dieckman.

“Rua Barata Ribeiro, 716”, de Domingos Oliveira

Os outros dois longas da competição nacional não têm trunfos tão badalados a ostentar. Mas integram a “faixa de risco” de todo festival. Ou seja, o espaço destinado a novos realizadores. Um deles – Matheus Souza – já não é tão novo assim.“Tamo Junto” é seu terceiro longa. O rapaz segue as pegadas de seu mestre Domingos Oliveira (está, inclusive, no elenco de “Rua Barata Ribeiro, 716”) e reúne elenco jovem da TV (Sophie Charlotte, também escalada por Domingos, e Alice Wegman). E mais: se faz de ator no próprio filme. Mesmo caso do desconhecido Bruno Kott, que dirige e atua em “El Mate”, o sexto concorrente da competição verde-amarela.

“O Roubo da Taça”, de Caito Ortiz

Tudo em “El Mate” cheira a provocação juvenil. A começar pelo nome da produtora, Filmes de Vagabundo. A trama envolve personagens pouco comuns em nossos filmes (um assassino de aluguel portenho, um russo “amarrado e espancado” e um jovem evangélico. Vale registrar que, só recentemente os praticantes deste credo religioso começaram a tomar espaço de padres e carolas católicos).

No elenco de “El Mate”, além do diretor-ator, figuram nomes talentosos, mas ainda pouco conhecidos: Eduardo Gomes (“Sinfonia da Necrópole”), Mauro Védia (cineasta uruguaio-brasileiro, diretor de teatro e professor universitário), Vadim Nikitin (de “Anna K”), Rodrigo Fregman, Carlota Joaquina e Michelle Boesche.

“El Mate”, de Bruno Kott

Astros brilhantes

Para completar o quadro de atrações que mobilizam caçadores de autógrafos (ou loucos por selfie) e grandes plateias, o comando de Gramado reuniu quarteto da pesada: Sonia Braga, estrela internacional (desde o sucesso de “O Beijo da Mulher Aranha”, no Oscar), Cecília Roth (estrela de Almodóvar e nome de proa no cinema ibero-americano), Tony Ramos, astro do primeiro escalão da Rede Globo, e José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

Sonia Braga vai receber o charmoso Troféu Oscarito na noite de abertura do festival, quando será exibido, em caráter hors concours, “Aquarius”, terceiro longa de Kleber Mendonça. Exibido em Cannes, em maio passado, o filme causou frisson por suas qualidades (a Crítica o recebeu com imenso entusiasmo) e pela performance política de sua equipe, que protestou contra o golpe parlamentar que tirou Dilma Roussef do Palácio do Planalto.

“O Silêncio do Céu”, de Marco Dutra

A argentina Cecília Roth vai receber o Kikito de Cristal, belo troféu destinado a grandes nomes do cinema ibero-americano. Capa da influente revista Cahiers du Cinéma, em 2000, ano em que protagonizou o pungente “Tudo sobre Minha Mãe” (um dos cinco melhores filmes do manchego Pedro Almóvar), ela segue em plena atividade (agora que tornou-se sex-agenária, segundo algumas fontes; outras dão a ela 57 anos). No exílio espanhol, Cecília atuou em dois dos filmes da fase porralouca do diretor de “Carne Trêmula”: “Pepi, Luci, Bon y Otras Chicas del Montón” e “Que He Hecho Yo para Merecer Esto?”. Chegou ao panteão almodovariano com “Tudo sobre Mi Madre”. Integrou, ainda, o elenco do único filme recente do realizador que não agradou: “ Os Amantes Passageiros“.

O paranaense Tony Ramos, que chegará aos 68 anos em plena festa gramadiana (dia 28 de agosto) vai receber o Troféu Cidade de Gramado. O fará, decerto, com a modéstia e camaradagem que lhe são próprias. Com dezenas de telenovelas e séries no currículo, o astro fez poucos (e bons filmes) e um blockbuster (ou “tanque”, como dizem os argentinos), quinta maior bilheteria da história do cinema brasileiro (“Se Eu Fosse Você 2”: 6.135.000 ingressos). De seus longas-metragens, vale destacar “Noites do Sertão”, de Prates Corrêa (muito premiado em Gramado), “Bufo & Spalazani”, de Flávio Tambellini (que lhe rendeu um Kikito), e “Getúlio”, de João Jardim.

“Tamo Junto”, de Matheus Souza

O quarto homenageado de Gramado é uma das legendas do cinema brasileiro: José Mojica Marins, o Zé do Caixão. Aos 80 anos, completados em março último, ele receberá o Troféu Eduardo Abelin, destinado a diretores brasileiros pelo conjunto da obra.

Rubens Ewald Filho, curador do festival, ao lado da argentina Eva Piwowariski e do gaúcho Marcos Santuário, conta que Gramado desejava homenagear o ator e diretor há vários anos. “Problemas de saúde nos fizeram adiar a homenagem”. Agora, “recuperado e motivado”, Mojica já espana a capa de coveiro que o consagrou e afia as garras para empunhar o prêmio que foi recebido, entre outros, por seu amigo Carlos Reichenbach (1945-2012). Nunca é demais lembrar que o Rio Grande do Sul conta com incontáveis fãs do cinema de terror, gênero ao qual Mojica devotou sua vida. O mais festejado deles é Dennison Ramalho, diretor do poderoso “Amor de Mãe” e roteirista e coprodutor de “Encarnação do Demônio” (2008), último longa mojiquiano. O Estado sedia, em sua capital, Porto Alegre, o Fantaspoa – Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre.

COMPETIÇÃO LATINA

Gramado monta programa com sete filmes hispano-americanos

A competição latino-americana de Gramado vinha se concentrando, em excesso, no cinema argentino. Este ano, pelo menos do ponto de vista geográfico, a competição se abriu e chegou até o Caribe. Serão exibidos sete longas. Infelizmente, não há nenhum representante da Colômbia, o país que faz hoje o cinema mais instigante da região, nem filme mexicano, outra cinematografia de força expressiva. Mas Chile, que também vive grande momento, e Argentina, que surfa maré positiva há quase duas décadas, marcam presença.

Se na competição brasileira não há nenhum filme assinado por nome feminino, na mostra de fala hispânica, a situação é outra. A bolivana Júlia Vargas dirige “Carga Sellada”, parceria de seu país com o México, a Venezuela e a França. Jéssica Rodriguez dirige “Espejuelos Oscuros”, que recoloca Cuba na tela de Gramado (nunca é demais lembrar o frisson que “Morango e Chocolate” causou na serra gaúcha, no ano do Centenário do Cinema). Verónica Perrotta divide a direção de “Las Toninas Van ao Este” com Gonzalo Delgado.

Não há, entre os selecionados, nomes grifados como Pablo Larraín (“Neruda”), nem Lucrécia Martel (quando “Zama”, com Matheus Nachtergaele, chegará a Brasil?), nem Arturo Ripstein, nem Jorge Perugorría (cada vez mais dedicado à direção).

Curioso notar que este ano haverá na competição brasileira um filme falado em espanhol, com dois atores argentinos, filmado no Uruguai a partir de um romance hispano-americano – “O Silêncio do Céu”. Como o diretor (Marco Dutra) e o produtor (o poderoso Rodrigo Teixeira, agora membro da Academia de Cinema de Hollywood) são brasileiros, a curadoria de Gramado preferiu deixar o filme no time verde-amarelo ao invés de colocá-lo entre os títulos de fala castelhana.

Além dos três filmes que têm nomes femininos em seus créditos, Gramado assistirá, também, aos longas “Sin Norte”, do chileno Fernando Lavanderos, “Campanha Antiargentina”, de Ale Parysow, “Esteros”, de Papu Curotto, e “Guaraní”, de Luis Zorraquín. Estes três últimos têm a Argentina nos créditos de produção: o primeiro, a começar pelo nome, é argentino puro-sangue, o segundo, fruto de parceria com o Brasil, e o terceiro, parceria com o Paraguai.

RUBENS EWALD FILHO

Curador lembra que a partir do ano que vem Gramado ganhará um Museu e se tornará, cada vez mais, a cidade do cinema

O jornalista, pesquisador e crítico de cinema Rubens Ewald Filho, um dos integrantes da trinca curadora do Festival de Gramado, está empolgado com os filmes e nomes que receberão homenagens na quadragésima edição da tradicional e badalada festa gaúcha.

Depois de lembrar que, desta vez, os curadores atenderam “à insistência por ineditismo” da imprensa especializada (todos os longas-metragens são 100% inéditos em festivais brasileiros), Rubinho destaca o que está por vir. “Ano que vem, Gramado vai inaugurar seu Museu do Cinema”.

Rubens Ewald Filho © Cleiton Thiele

Revista de CINEMA – Uma edição com uma cinebiografia da gaúcha Elis Regina, novo filme de Domingos Oliveira, mais homenagens a Sonia Braga, Cecília Roth, Tony Ramos e Mojica. Você espera salas cheias? Acha que desta vez o público voltará mesmo?

Rubens Ewald Filho – Francamente, não me lembro de casas vazias recentemente, talvez por estar muito envolvido com problemas e burocracia. O que sei é que Gramado (a cidade e seus administradores) passou por tantos problemas nos últimos anos que, desde que lá estamos, fazendo nosso trabalho de forma muito delicada e determinada, só queremos cada vez mais reforçar a importância do Festival de Cinema para a cidade. Neste momento, estamos cuidando da criação do Museu do Festival, para o qual até contribuí doando material de acervo. A ideia é inaugurá-lo ano que vem, quando Gramado fará sua edição de número 45. Conversei com muita gente e todos têm a certeza de que Gramado deve muito da força de seu nome ao cinema e ao festival. A proposta consiste em, cada vez mais integrar o festival e o cinema às outras atrações de Gramado. Quanto às nossas seleções, reafirmo que não houve, em momento algum, a ideia de encher salas. Contamos com um número recorde de inscrições. E todos os filmes (inscritos ou convidados) foram avaliados por sua qualidade ou originalidade. Nunca pensamos em encher sala, mas sim em fazer a melhor seleção do material disponível neste momento. Alguns dos escolhidos são comédias de talento e originalidade, méritos de seus autores.

Revista de CINEMA – A cineasta Anna Muylaert reclamou, num debate, da ausência de pelo menos um nome feminino na direção dos concorrentes brasileiros. Faltaram bons filmes de diretoras?

Ewald – Engraçado, porque se não temos mulheres na competição nacional, Anna Muylaert tem a ver com este fato. Ela retirou seu filme (“Mãe Só Há Uma”) de nosso universo de trabalho. Já tínhamos fechado e até determinado a data de exibição do filme. Mas, então, ela entrou em contato conosco para dizer que preferia receber um prêmio pela carreira no Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo. Ficamos tristes, porque ela é filha de Gramado. Mas não houve qualquer conflito. Asseguro que, como curador, quando assisto a 400 e tantos filmes, só vou conferir a ficha técnica depois da seleção. E não antes. Não escolhemos por gênero. Mas, sim, adoramos mulheres e filmes de mulheres. Queremos, sim, prestigiá-las. Já estamos tomando providência a respeito. E lembro que temos três diretoras na mostra latina, o que é um bom sinal, não?

Revista de CINEMAHá três filmes cariocas e três paulistas na competição brasileira. Portanto, só o eixo Rio-SP foi prestigiado. A produção gaúcha e de outras regiões não foi expressiva? Nem a pernambucana?

Ewald – Outra vez, reafirmo, não analisamos previamente a origem do filme. Buscamos qualidade e originalidade. Só depois de selecionado, vemos a ficha técnica e a origem geográfica do filme.

Revista de CINEMA – Três nomes femininos (diretoras) na lista latino-americana (agora com sete títulos) e maior presença de países (antes a Argentina era força hegemônica). A mostra latina promete roubar a festa, como em anos recentes, ou desta vez a produção nacional tem peso para ombrear com a dos hermanos?

Ewald – Não vejo porque colocar as duas mostras – a brasileira e a latina – competindo uma com a outra. Que bom seria se tivéssemos mais salas, mais espaço para exibir e promover filmes nacionais de qualidade e filmes latinos, que merecem todo nosso respeito e ampla divulgação. Aliás, nestes últimos anos, temos tido cada vez mais carinho e empenho na busca de novos filmes latinos. Mas, admito, ainda não chegamos ao ponto que queremos.

Revista de CINEMA – Quais são os gêneros presentes na seleção brasileira? Há hegemonia da comédia? Houve intenção, por ser ano de eleições municipais, de cativar o público, o munícipe?

Ewald – Não há, nem houve, intenção de cativar o munícipe, para usar sua expressão. Nem nos lembramos que estávamos em ano de eleições municipais. Nosso critério, repito, são a qualidade e a originalidade. Não temos pré-conceitos a favor ou contra coisa alguma.

CURTA-METRAGEM

Duas mostras competitivas, a brasileira e o Gaúchão, exibirão 38 filmes

Gramado vai exibir 38 curtas-metragens, sendo 14 na competição brasileira e 24 na competição riograndense, o popular “Gaúchão”.

Inscreveram-se 574 curtas brasileiros, vindos de todas as regiões do país. Só 14 chegam à competição. São Paulo lidera a lista com seis títulos, seguido de Minas Gerais e Pernambuco, com dois cada. Rio Grande do Sul, Bahia, Distrito Federal e Rio de Janeiro completam a lista com um título cada.

A crítica e professora universitária, Ivonete Pinto, que coordenou a comissão de seleção, destaca entre as mais de 500 obras inscritas “amadurecimento de produção e ideias”, condição que – pondera – “está diretamente ligada ao poder público, às políticas culturais de fomento audiovisual e ao número de cursos de graduação na área”.

Há significativa participação feminina nos créditos de direção dos curtas escolhidos.

Os selecionados são:

“A Página” (SP), de Guilherme Andrade
Aqueles Anos em Dezembro” (SP), de Felipe Arrojo Poroger
“Deusa” (SP), de Bruno Callegari
“Lembranças do Fim dos Tempos” (SP), de Rafael Câmara
“Lúcida” (SP), de Fabio Rodrigo
Super Oldboy” (SP), de Eliane Coster
“Ingrid” (MG), de Maick Hannder
“Aqueles Cinco Segundos” (MG), de Felipe Saleme
“O Ex-Mágico” (PE), de Mauricio Nunes e Olimpio Costa
“Black Out” (PE), de Adalmir da Silva, Felipe Calheiros, Francisco Mendes, Jocicleide de Oliveira, Jocilene de Oliveira, Martinho Mendes, Paulo Sano e Sérgio Santos
“Horas” (RS), de Boca Migotto
Memória da Pedra” (BA), de Luciana Lemos
“Rosinha” (DF), de Gui Campos
“O que Teria Acontecido ou Não naquela Calma e Misteriosa Tarde de Domingo no Jardim Zoológico” (RJ), de Gugu Seppi e Allan Souza Lima.

Gaúchão e o Legislativo

Os curtas gaúchos vão disputar troféus e R$ 48 mil vindos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, patrocinadora histórica da competição. Inscreveram-se 100 produções.

As concorridíssimas sessões do Gaúchão, que aconteciam somente nas tardes de sábado e domingo, no Cine Embaixador (que ostenta o pomposo nome de Palácio dos Festivais), vão ganhar mais um dia (a sexta-feira).

Os curtas selecionados são produções majoritariamente realizadas em Porto Alegre (17), mas o interior começa a ganhar cada vez mais espaço: dois chegam de Pelotas, dois de São Leopoldo, um de Santa Cruz do Sul, um de Santa Maria e um de Canoas. Nomes femininos, na direção, se fazem notar.

Os selecionados são:

“Horas” (Porto Alegre), de Boca Migotto
“Às Margens” (Porto Alegre), de Boca Migotto
“O Jardim dos Amores de Woody Allen” (Porto Alegre), de Gustavo Spolidoro
“A Rua das Casas Surdas” (Porto Alegre), de Flávia Costa e Gabriel da Fonseca Mayer
Another Empty Space” (Porto Alegre), de Davi de Oliveira Pinheiro
“Bandidos Desalmados” (Porto Alegre), de Zaracla
“Carol” (Porto Alegre), de Mirela Kruel
“Dia dos Namorados” (Porto Alegre), de Roberto Burd
“Escape” (Porto Alegre), Jonatas Rubert
“Escotofobia” (Porto Alegre), de Rafael Saparelli
“Inatingível” (Porto Alegre), de Rodolfo de Castilhos Franco
Lipe, Vovô e o Monstro” (Porto Alegre), de Raul Fontoura
Vento” (Porto Alegre), de Betânia Furtado
“Vida Como Rizoma” (Porto Alegre), de Lisi Kieling
“Mundo de Wander” (Porto Alegre), de Lisandro Santos
Objetos” (Porto Alegre), de Germano de Oliveira
“Quando Pisei em Marte” (Pelotas), de Analu Favretto e Taís Percone
“Sesmaria” (Pelotas), de Gabriela Richter Lamas
“Outono Celeste” (Pelotas), de Yuri Minfroy
As Três” (São Leopoldo), de Helena Sassi
“Interrogatório” (São Leopoldo), de Raul Fontoura
“Pobre Preto Puto” (Santa Cruz do Sul), de Diego Tafarel
“Venatio” (Canoas), de Ulisses da Motta
“Tabaré Inácio” (Santa Maria), de Luiz Alberto Cassol

FLASHES SERRANOS

* CESAR TRONCOSO – O ator uruguaio Cesar Troncoso, que Gramado descobriu e por quem se apaixonou desde o triunfo de “O Banheiro do Papa”, estará de volta à Serra Gaúcha. E no elenco de dois filmes: o brasileiro “Elis”, no qual ele interpreta o empresário Marcos Lázaro, e a comédia dramática uruguaia, “Las Toninas Van al Este” (no caso o balneário de Punta del Este).

* SPOLIDORO & ALLEN – O cineasta Gustavo Spolidoro, 42 anos, diretor dos longas “Ainda Orangotangos” e “Morro do Céu”, já mostrou, em Gramado, um curta estrelado pelo alemão Wim Wenders (“De Volta ao Quarto 666”). Agora ele deu um jeito de “convocar” o recluso novaiorquino Woody Allen, diretor do recente e belíssimo “Blue Jasmine” para (ao menos o título!) seu novo curta (escalado para o Gaúchão): “O Jardim dos Amores de Woody Allen”.

* OS CEM MELHORES FILMES BRASILEIROS – A Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema) vai lançar, em Gramado, livro que reúne avaliações críticas dos Cem Melhores Filmes Brasileiros de Todos os Tempos (segundo o voto de seus quase cem associados). O livro, publicado pela Editora Letramento, de Minas Gerais, e fartamente ilustrado, conta com apoio do Canal Brasil e será lançado dia primeiro de setembro.

* VERDES ANOS (32) – O filme “Verdes Anos”, de Giba Assis Brasil & Carlos Gerbase, exibido em Gramado, há 32 anos, volta à Serra Gaúcha para sessão rememorativa e para acompanhar sessão de autógrafos da pesquisadora Alice Trusz. Ela acaba de lançar, com o crédito da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, livro que relembra a importância deste filme que – assim como “Baile Perfumado”, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas (em Pernambuco) – fez germinar o moderno cinema gaúcho. O lançamento acontecerá no domingo, dia 28 de agosto.

* ELENCO ESTELAR – Se não bastasse o fato de relembrar a trajetória artística de Elis Regina, o filme de Hugo Prata (“Elis”) chega cacifado por elenco poderoso (Andreia Horta, Gustavo Machado, Caco Ciocler, Lúcio Mauro Filho, Zecarlos Machado, Júlio Andrade, Rodrigo Pandolfo, Ícaro Silva, Eucir de Souza, Isabel Wilker e Natália Rocha). E tem, ainda, dois poderosos trunfos: o roteirista Luiz Bolognesi e o fotógrafo Adrian Teijido.

* AUTÓGRAFOS OU “SELFIES” – Mais nomes famosos que figuram nos elencos dos filmes selecionados para Gramado: Taís Araújo é a força feminina de “O Roubo da Taça”, cercada por varões como Milhem Cortaz, Paulo Tiefenthaler, Stepan Nercessian e, até, Mr Catra. Sérgio Guizé, que estourou na novela da seis (“Êta Mundo Bom”), Caio Blat e Pedro Cardoso estão na comédia etílica de Domingos Oliveira, mesmo caso de Sophie Charlotte, também presente no elenco de Matheus Rocha (“Tamo Junto”).

 

Por Maria do Rosário Caetano

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