Mostra reúne produções de cineastas negras
A mostra A Magia da Mulher Negra, que acontece de 20 a 22 de janeiro, no Sesc Belenzinho, em São Paulo, com curadoria de Kênia Freitas, abrange quatro curtas e quatro média/longas-metragens de realizadoras negras de nacionalidade diversas, focando na produção brasileira e internacional recente.
O evento começa com dois filmes de temática totalmente feminina, Cores e Botas, de Juliana Vicente, que conta a história de Joana, uma menina negra dos anos 1980 que sonha ser uma das Paquitas do programa da Xuxa. E o longa Pariah narra a saga de uma adolescente lésbica do Bronx que entra em conflito de identidade e inicia uma busca desesperada por afirmação sexual.
Com um ponto de vista mais histórico, o documentário Caixa d´Água: Qui-lombo é Esse?, de Everlane Moraes, reúne depoimentos de antigos moradores do bairro Getúlio Vargas, localizado em Aracaju, e seus costumes quilombolas herdados dos antigos escravos. Outro documentário, intitulado Família Alcântara, dirigido por Daniel Sola Santiago e Lilian Sola Santiago, mostra a resistência de uma família cujas origens remetem à bacia do Rio Congo e a preservação de suas raízes durante séculos de tradição oral, práticas e costumes tradicionais.
A produção de Viviane Ferreira, O Dia de Jerusa, traz memórias de uma moradora do bairro paulistano do Bexiga durante sua conversa em uma visita repentina e inusitada. Amor Maldito, primeiro longa dirigido por uma mulher negra, Adélia Sampaio, e considerado o primeiro filme lésbico nacional, retrata a relação entre Fernanda e Sueli, um suicídio e os massacres dos valores machistas e moralistas.
O Bate-papo: A Magia da Mulher Negra acontece no dia 21, com cineastas de três gerações que têm filmes em exibição na mostra: Adélia Sampaio, Lilian Solá Santiago e Viviane Ferreira. A mesa de debate será mediada pela curadora da mostra, Kênia Freitas, e abordará a criação feminina negra no cinema em seus aspectos políticos e estéticos.
O último dia de programação cinematográfica do mês traz Afronauts, de Frances Bonomo, inspirado em fatos reais, que mostra a luta da Academia Espacial de Zâmbia, que espera chegar à lua antes da missão Apollo 11. Logo após, A Noite da Verdade, de Fanta Regina Nacro, mostra o acordo de paz entre dois grupos étnicos de um país africano fictício e a ameaça que ressentimentos trazidos à tona possam diluir a trégua.
A programação da mostra está disponível neste link.