Fernando Meirelles volta ao cinema com diálogo entre os papas Francisco e Bento XVI

Depois de um intervalo de seis anos, quando lançou “360”, o cineasta e produtor Fernando Meirelles volta a filmar um longa-metragem, “The Pope” (O Papa). Para não alimentar cobranças e expectativas de que venha por aí um novo “Cidade de Deus”, ele mesmo baixa o tom.

“Trata-se de um filme para a Netflix, que chegará a poucos cinemas”, diz, modesto. E adianta: “já rodei parte deste longa, que consiste em uma conversa entre os dois papas, Francisco (interpretado pelo ator argentino Juan Minujín) e Bento (o britânico Anthony Hopkins)”.

Com a parte da Argentina (“adorei filmar com os hermanos”) concluída, Meirelles estava pronto para ir à Itália filmar a segunda parte. Mas “o Hopkins teve uma arritmia e o médico mandou ele parar por dois meses. Ganhei umas férias inesperadas, não foi mal”, brinca. “Viajo agora, dia 26 para as filmagens”.

O diretor de “Cidade de Deus”, longa que concorreu a quatro Oscar, lembra que não é produtor de “The Pope” e que a carreira cinematográfica do filme será mesmo restrita. “The Pope” deve ser lançado “em novembro, em poucos cinemas nos EUA e por pouco tempo. Em seguida entra na grade da Netflix”.

O cineasta não esqueceu o circuito exibidor brasileiro: “estou pondo a maior pressão para lançarem o filme, ao menos por duas semanas, em salas de cinema de São Paulo, Buenos Aires e Roma. Não sei se levo esta”.

Mais uma vez, os grandes parceiros de Fernando Meirelles, nesta produção, são britânicos. Fora o Brasil, onde 3,2 milhões de espectadores assistiram a “Cidade de Deus”, o maior sucesso de crítica e público do cineasta aconteceu na Inglaterra. Lá, ele encontrou, além de ótimas críticas, parceiros para muitos de seus projetos futuros (destaque para “O Jardineiro Fiel”).

O diretor brasileiro garante que o roteiro (de Frank Boyce, o mesmo de “24 Hours Party People”) “é bem bom”. E destaca a presença de profissionais de primeira linha em sua retaguarda. “Tenho o César (Charlone) comigo, o que faz a experiência ficar melhor ainda. A produtora é a Tracey Seaward, que fez “O Jardineiro Fiel”, “The Queen”, “Filomena”, entre tantos outros, e é como uma irmã. O diretor de arte é o marido dela, outro brother, Mark Tidesly, parceiro do Danny Boyle. Ele fez “Transpoting”, as Olimpíadas de Londres e, agora, a direção de arte deste último filme do Paul Thomas Anderson (“Trama Fantasma”, um dos nove finalistas ao Oscar). Estou em família e adorando”.

 

Por Maria do Rosário Caetano

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