O Desmonte do Monte
Depois de elogiadas exibições pelo país, o documentário O Desmonte do Monte faz sua estreia em cinemas de Porto Alegre (05/07), Rio de Janeiro (12/07) e São Paulo (02/08). Primeira direção da produtora Sinai Sganzerla, que também assina a pesquisa e o roteiro, o longa-metragem aborda a história do Morro do Castelo, marco da fundação do Rio de Janeiro pelos portugueses, e seu desmonte devido a interesses imobiliários. A narração do filme é feita por Helena Ignez (mãe da diretora), Negro Leo e Marcus Alvisi.
O Morro do Castelo, conhecido como “Colina Sagrada”, foi escolhido pelos colonizadores portugueses para ser o local das primeiras moradias e fundação da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de sua importância histórica e arquitetônica, o morro foi destruído por reformas urbanísticas com o intuito de “higienizar” a cidade e promover a especulação imobiliária.
O filme aborda ainda a instigante lenda do tesouro: ouro e pedras preciosas teriam sido armazenados nas galerias subterrâneas do morro por jesuítas na época colonial, que acabaram expulsos da região. Durante muito tempo, acreditou-se que existia uma riqueza escondida e inúmeras requisições foram feitas para conseguir uma autorização para a exploração do Morro do Castelo. Trechos do romance O Subterrâneo do Morro do Castelo, reunião de crônicas escritas por Lima Barreto no jornal Correio da Manhã, que contam parte desta história, são lembrados no longa. O autor foi uma das poucas vozes que defenderam publicamente a permanência e vida do Morro do Castelo de São Sebastião.
O longa-metragem tem sua narrativa baseada em cerca de 700 iconografias e pinturas de diversos períodos, desde a fundação da cidade de São Sebastião até os dias atuais e conta com imagens em movimento da Celebração do Centenário da Independência do Brasil, em 1922, evento realizado com as terras do desmonte do Morro do Castelo. O documentário também conta com depoimentos de áudio de ex-moradores do Morro do Castelo e dos engenheiros que trabalharam no seu desmonte.