Mostra de Tiradentes premia “Sessão Bruta” e “Os Primeiros Soldados”

O longa “Sessão Bruta”, dirigido pelo coletivo “As Talavistas e ela.ltda”, e definido como um experimento “rodado a quente com uma câmera Mini-DV, antes da pandemia, sem grandes preparativos, mas com muito suor e cerveja”, conquistou o Troféu Barroco na Mostra Aurora, dedicada a filmes inéditos de jovens realizadores. Apresentado como “uma sucessão de prólogos de um filme sempre por fazer”, “Sessão Bruta” derrotou “Bem-Vindos de Novo”, documentário de Marcos Yoshi, realizador de origem japonesa, que revisitou sua história e a de três gerações nipo-brasileiras (seus avós, pais e irmãs). O júri, porém, preferiu o filme das Talavistas, unidas pelo “desejo de pegar para si uma fatia do mundo”.

A vigésima-quinta edição da Mostra de Cinema de Tiradentes premiou, também, a ficção capixaba “Os Primeiros Soldados”, de Rodrigo de Oliveira, na Mostra Olhos Livres. Coube ao realizador o Prêmio Carlos Reichenbach. O filme, que tem no elenco Johnny Massaro, Renata Carvalho, Vitor Camilo, Clara Choveaux e Alex Binini, se passa no Réveillon de 1983 para 84, quando a Aids começava a perturbar a vida de milhares de pessoas. Exibido no Festival do Rio, “Os Primeiros Soldados” vem recebendo ótimas críticas. Carioca de origem e capixaba adotivo, Rodrigo dirigiu “As Horas Vulgares” (com Vitor Graize), “Teobaldo Morto, Romeu Exilado” e o documentário “Todos os Paulos do Mundo” (este com Gustavo Ribeiro), sobre a trajetória do ator Paulo José.

O Prêmio Helena Ignez atribuído a um destaque feminino coube à produtora-executiva Juliana Soares, do pernambucano “Seguindo Todos os Protocolos”, estreia no longa-metragem de Fábio Leal. Já o curta “Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui”, cujo elenco, liderado por Zélia Duncan e Bruna Linzmeyer, foi premiado no Sundance, recebeu dois prêmios tiradentinos – o Aquisição Canal Brasil e o de melhor curta da Mostra Foco. Na direção, a carioca de Érica Sarmet.

Os outros prêmios da Mostra Tiradentes foram dados por empresas parceiras e destacam nomes como o de Ernesto Carvalho, do coletivo Vídeo nas Aldeias (parceiro de Vicent Carelli em projetos de vital importância), Ary Rosa e Glenda Nicário (ligados à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), e à dupla brasiliense Fernando e Adriano Guimarães, fonte fertilizadora das artes cênicas e visuais na capital brasileira.

Confira os premiados:

. “Sessão Bruta” (MG), de As Talavistas e ela.ltda – melhor longa da Mostra Aurora
. “Os Primeiros Soldados” (ES), de Rodrigo de Oliveira – Prêmio Carlos Reichenbach, da Mostra Olhos Livres
. “Seguindo Todos os Protocolos”, de Fábio Leal (PE) – Prêmio Helena Ignez (destaque feminino para a produtora-executiva Juliana Soares)
. “Uma Paciência Selvagem me Trouxe Até Aqui”, curta-metragem de Érica Sarmet (RJ) – Prêmio Canal Brasil e melhor curta da Mostra Foco
. “A Transformação de Canuto”, documentário de Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho (PE) – Prêmio Wip Exibição
. “Mugunzá” – ficção de Ary Rosa e Glenda Nicácio (BA) – Prêmio Vitrine Filmes
. “Nada”, ficção de Adriano Guimarães e Fernando Guimarães (DF) – Prêmio Málaga Work in Progress
. “O Rancho”, ficção de Guilherme Martins (SP) – Prêmio Wip Meeting

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