“Assalto na Paulista”, com Eriberto Leão e Bianca Bin
“Assalto na Paulista”, com direção de Flavio Frederico e roteiro de Mariana Pamplona, é livremente inspirado no que foi um dos maiores assaltos a bancos privados no Brasil, na Avenida Paulista, centro financeiro do país. Num sábado à noite, sem ser incomodada, uma quadrilha passou quase dez horas dentro da agência e roubou 170 cofres particulares localizados no subsolo. Em apenas três deles, obteve cerca de R$ 10 milhões em joias e dinheiro. A estimativa é de que o assalto da Avenida Paulista tenha rendido mais de R$ 100 milhões aos assaltantes. O que chama atenção é que, após uma semana, pouquíssimos clientes prestaram queixa, num indicativo de que a maioria dos cofres continha bens não declarados oficialmente. Os personagens foram totalmente ficcionados, assim como os fatos e encadeamento das ações, porém o “modus operandi”, ou seja, como os bandidos conseguiram driblar o esquema de segurança do Banco e a polícia foram inspirados nos eventos reais.
O assalto acontece no presente da narrativa e o filme mostra os detalhes da preparação da ação: o planejamento, como se dá a articulação entre os assaltantes durante o processo de entrada no banco, como os cofres particulares vão sendo arrombados e, finalmente, como acontece a fuga. Na medida em que o conteúdo dos cofres se revela, aspectos da vida de Rubens e de Leônia aparecem em “flashbacks”, que começam sempre ligando um objeto encontrado com o passado de um deles.
A narrativa do assalto, propriamente dita, foi filmada como num filme de ação: bem decupada, com várias opções de ângulos de câmera, porém a montagem não é clipada ou exageradamente acelerada. A montagem priorizou os “timings” dramáticos dos atores. Ela só é mais ágil nos momentos chaves da ação: a invasão, tiroteios etc. Nestes momentos foram utilizadas diversas câmeras na mão. A narrativa foi montada de maneira cronológica, interrompida pelos flashbacks dos personagens e por elipses na ação. Através desta linha narrativa, o filme revela os dramas pessoais e a deterioração das relações humanas deste grupo durante esta noite, no interior do banco e nos dias subsequentes. A trilha sonora original composta por BiD é climática, densa, mas também moderna e ágil nos momentos de ação, mesclando elementos de pop e rock e trazendo uma forte influência dos westerns de Sérgio Leone.
Ela é mesclada com diversos fonogramas de diferentes gêneros da música brasileira, escolhidos pela própria roteirista Mariana Pamplona. Há desde um grande clássico sertanejo, assim como o auge do rock nacional dos anos 80, como Plebe Rude e mestres da MPB como Belchior e Gal.
Produzido pela Kinoscópio Cinematográfica, “Assalto na Paulista” estreia nos cinemas nesta quinta, 25 de agosto, com distribuição da O2 Play.
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