Ditadura de Pinochet inspira filme com Edson Celulari e Carol Castro
“Ainda Somos os Mesmos” é o mais novo filme do diretor e roteirista Paulo Nascimento. O drama épico mergulha na realidade catastrófica de 1973, quando o Chile sofre um golpe de Estado e vê ceifada sua própria democracia. O General Augusto Pinochet assume o comando do país em regime de ditadura e, na convulsão social da época, 40 mil militantes políticos e imigrantes são presos e torturados no Estádio Nacional de Santiago. O longa-metragem reproduz a história com grande elenco: Edson Celulari, Carol Castro, Gabrielle Fleck e Lucas Zaffari.
Rodado no Chile e no Brasil, nas cidades gaúchas de Porto Alegre e Novo Hamburgo, sobretudo nos centros históricos que remontam à arquitetura daquele período, o longa ilustra a jornada de brasileiros que buscam fugir do conflito e são aterrorizados no Estádio. O personagem Gabriel (Lucas) busca trazer de volta a namorada Helena (Gabrielle), raptada e sob forte ameaça. É quando o pai de Gabriel, Fernando (Edson Celulari), usa da influência para tentar resgatá-los.
A partir dessa narrativa familiar, desdobram-se outras histórias de refugiados que procuram socorro para salvar a vida. Na trama, Carol Castro interpreta uma dessas figuras: é a jovem Clara, que está enlouquecendo na Embaixada da Argentina, lembrando dos seus amores e familiares mortos pelo conflito.
A obra é baseada no testemunho de João Carlos Bona Garcia, amigo do diretor, que sobreviveu ao confinamento na Embaixada Argentina no Chile, em 1973. A produção é da Accorde Filmes e a distribuição da Paris Filmes.
A previsão é de que o longa esteja disponível para o público ainda no primeiro semestre de 2023. As negociações miram a tela do cinema, mas sem desconsiderar seu aproveitamento e audiência também nas principais plataformas de streaming. Agora, a obra está em fase de edição e finalização. Antes de rodar para o público, o filme deve passar por festivais.
A trilha sonora do longa inclui a canção Como nossos Pais, composta por Belchior na década de 70 e eternizada na voz de Elis Regina, lançada no álbum Alucinação. A música reflete, justamente, sobre o conflito de gerações acentuado pela repressão da ditadura militar e consta na Revista Rolling Stone entre as 100 melhores canções do país na história. A utilização da melodia conta com a autorização da família de Belchior. A interpretação é de Thedy Correa, vocalista da banda Nenhum de Nós.