Edições Sesc SP lançam “Ideias e Formas Virais”, no Teatro Oficina, em São Paulo
As Edições Sesc lançam, dia 15 de maio, às 19h, no Teatro Oficina, em São Paulo, o livro “Ideias e Formas Virais: o Modernismo de 1922 em Artes Cênicas, Música e Cinema”, organizado por Alvaro Machado. A obra é uma coletânea de artigos de críticos e pesquisadores, como Veronica Stigger, Sérgio de Carvalho e Gutemberg Medeiros (1964-2023), com ensaios sobre artistas como Flávio de Carvalho, Mário de Andrade e Patrícia Galvão. Traz, ainda, a participação especial de José Celso Martinez Corrêa (1937-2023), em texto sobre “O Rei da Vela” e outras peças de Oswald de Andrade. O lançamento conta com um bate-papo entre o autor Alvaro Machado, o ator Marcelo Drummond e a pesquisadora Maria Lívia Nobre Goes, seguido de sessão de autógrafos.
Cada capítulo começa com um texto-síntese, seguido de transcrições e análises entremeadas por uma rica seleção de imagens que documentam os temas em discussão. Na introdução, Alvaro Machado traça um panorama da “fascinante aventura da modernização cênica brasileira, sobretudo no Rio de Janeiro das décadas de 1920 e 1930”: como essa cena se relaciona com a performatividade dos modernistas de 22 e como o espírito da Semana influenciou os movimentos cênicos e artísticos das décadas posteriores.
No primeiro capítulo, Sérgio de Carvalho analisa o teatro na obra de Mário de Andrade, enfocando, entre outros textos dramáticos, o “Monólogo dum elefante do Circo Sarrasani” (1925), que prenuncia estilisticamente “Macunaína” (1928). A seguir, Luiz Fernando Ramos aborda a crítica teatral modernista de Alcântara Machado; e, no texto Circo, chanchada e deboche no petardo do avesso, José Celso Martinez Corrêa traz, junto a Alvaro Machado, uma análise que parte de sua encenação feita em 1967 de “O Rei da Vela”, de Oswald de Andrade, no Teatro Oficina, que acabou por influenciar uma geração de atores, músicos e diretores em busca de estéticas inovadoras na década de 1960.
A jornalista e escritora Verônica Stigger enfoca a contribuição do multiartista paulistano Flávio de Carvalho para o teatro, enquanto Maria Lívia Nobre Goes articula teatro, política e vanguarda na trajetória de Patrícia Galvão. Pagu também é tema do ensaio de Gutemberg Medeiros, enquanto Irineu Franco Perpetuo aborda as “três noites do barulho”, que reuniram os paulistas com o maestro carioca Heitor Villa-Lobos, no Theatro Municipal de São Paulo, naquele fevereiro de 1922, concentrando-se na expressão musical do modernismo brasileiro. Encerrando o volume, Luiz Nazario analisa como o movimento modernista foi prolífico no cinema brasileiro, em especial, no Cinema Novo e na obra de Glauber Rocha.
Conforme escreveu Danilo Santos de Miranda (1943-2023) no texto de apresentação da coletânea, “o amálgama de estímulos estéticos propiciado pela obra cênica moderna, conquanto tardio na terra que deu vida a Macunaíma, viralizará século XX afora, assumindo papel-chave na trajetória da modernização das artes no Brasil”.