Documentário “Assexybilidade” retrata a sexualidade de pessoas com deficiência

Foto © Gabriela Bagrichevsky

O documentário “Assexybilidade” chega aos cinemas brasileiros no dia 19 de setembro, com distribuição da Olhar Filmes. Dirigido por Daniel Gonçalves (“Meu Nome é Daniel”), o filme apresenta histórias sobre a sexualidade de pessoas com deficiência e a diversidade de experiências pelo olhar de quem tem alguma condição física ou intelectual. O diretor, roteirista e produtor também busca dar luz ao tabu sexo e revela a luta diária de pessoas com deficiência contra o capacitismo e a ideia preconceituosa de que não sentem desejo como todos os outros. “Assexybilidade” é produzido pela TvZero e SeuFilme em coprodução com Globo Filmes, GloboNews e Globoplay. Coprodução e codistribuição da Prefeitura do Rio, por meio da RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura e Apoio à distribuição da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro através da Lei Paulo Gustavo.

Ao longo de quase uma hora e meia de duração, o filme apresenta 15 personagens que contam histórias pelas quais já passaram envolvendo sexualidade. As narrativas incluem casos extremos de capacitismo, preconceito, curiosidade de pessoas próximas, autoconhecimento e choque de realidade no próprio núcleo familiar, como é o caso trazido por Ivone. Na sua fala, ela conta que foi ao ginecologista, pela primeira vez, aos quase 40 anos, mesmo momento em que sua mãe descobriu que ela não era mais virgem. O documentário conta também a história de Lelê, que reforça o preconceito por ser deficiente e negra.

“Assexybilidade” tem uma proposta inclusiva, não só na temática, como também no processo de realização que contou com algumas pessoas com deficiência em sua equipe, a começar pelo diretor, que tem uma deficiência de origem desconhecida que afeta sua coordenação motora. Em seu primeiro documentário, “Meu Nome é Daniel”, Gonçalves, através de vasto material em arquivo em VHS e de cenas gravadas nos dias de hoje, revê sua trajetória e busca compreender sua condição.

A première mundial do filme foi em julho de 2023, no OutFest Los Angeles. A primeira exibição brasileira foi no Festival do Rio, onde ganhou o Prêmio de Melhor Direção de Documentário e uma menção honrosa do Prêmio Félix. Recebeu ainda os prêmios de Melhor Direção de Longa-Metragem, no Festival For Rainbow, em Fortaleza; e o Grande Prêmio do Júri – Melhor Longa-Metragem Documentário, no NewFest, em Nova York.

O filme também foi exibido no Mix Brasil, Oslo Fusion (Noruega), Pink Screens (Bélgica), Gender Bender (Itália), Roze Filmdagen (Holanda), Excéntrico Festival (Chile), Ljubiliana LGBT Film Festival (Eslovênia), Queertactis Vienna (Áustria), Des Images Aux Mots (França), Écrans Mixtes (França), FIFDH Geneva (Suíça), Patois New Orleans International Film Festival (EUA), San Diego Latino Film Festival (EUA) Panorama Internacional Coisa de Cinema (Brasil), Cleveland International Film Festival (EUA) e Zinentiendo (Espanha).

“Assexybilidade” foi desdobrado em uma exposição fotográfica. Em maio de 2024, a mostra foi inaugurada no Rio de Janeiro como resultado de um desejo do diretor de usar o material que foi produzido durante as filmagens, mas que não entraram no corte final. Além de 35 imagens de personagens inéditos, a exposição também contou com um vídeo com cortes das entrevistas.

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