Novo Hamburgo é pano de fundo para o drama familiar “Espiral”

O fim de um ciclo familiar expõe feridas, segredos e afetos enterrados sob o couro e o suor da indústria calçadista de Novo Hamburgo (RS). Um drama intenso sobre perdas, silêncios e a herança invisível que molda quem somos. Esta é a premissa de “Espiral”, longa-metragem de Leonardo Peixoto, que entra em cartaz em Porto Alegre, nesta quinta (9/10), na Cinemateca Paulo Amorim.

O filme começa em 1982, com um trio de empresários da cidade, ao telefone, fechando negócios com o exterior. Eles são Luiz (Gutto Szuster) e Vilma (Renata de Lélis), o casal Barros, e seu sócio, Sérgio Schmidt (Marcos Verza). De lá, vamos para 2022, em uma refeição em família, e logo depois para 2000 e 1994, alternando épocas de uma grande confraternização familiar.

Peixoto nasceu em Pelotas (RS), e se mudou para Novo Hamburgo com onze anos. Crescendo, ouvia histórias de pais de amigos que faliram. A cidade foi se transformando após o boom da indústria de calçados, preparada desde os anos 1960. Com a chegada da China ao mercado na década de 1990, a situação da cidade mudou drasticamente. A trama de “Espiral” traz para a tela, as dores e alegrias de uma família cuja histórias de vida são sincrônicas com a ascensão e o declínio do setor calçadista no município.

A produção é assinada pela Convergência Produtora em coprodução com a Bactéria Filmes e a Sala Filmes, e conta ainda com a Melancia Filmes como produtora associada, e distribuição da Contágio, departamento de distribuição da Bactéria Filmes.

Mais do que registrar um drama familiar, “Espiral” projeta o impacto cultural e econômico em Novo Hamburgo, cidade que busca diversificar sua matriz produtiva. Do set de filmagens às escolas da periferia que receberam kits de cinema, as produções carregam a marca de uma região que insiste em se reinventar e que, agora, transforma sua memória industrial e afetiva em narrativa coletiva.

O filme é uma realização viabilizada pelo Edital 04/2020 da Lei Aldir Blanc, Prefeitura de Novo Hamburgo, edital Produção – Arranjos Regionais, em parceria entre a Prefeitura de Novo Hamburgo e ANCINE, FSA e Lei Paulo Gustavo (Lei Complementar nº 195/2022), através do Ministério da Cultura e da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul.

O projeto conta ainda com patrocínio do Novo Hamburgo Polo Audiovisual e financiamento da ANCINE, BRDE, Pró-Cultura RS, IECINE RS e SEDAC/RS, através do Ministério da Cultura e da Secretaria da Cultura do Estado do Rio Grande do Sul.

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