Obra inédita argentina, parte da Mostra SP, chega ao Sesc Digital
A partir de 21 outubro, o Sesc Digital apresenta uma nova curadoria com títulos premiados de diferentes partes do mundo, além de um filme inédito, unindo nomes consagrados do cinema contemporâneo a produções brasileiras que exploram arte, política e memória. As obras podem ser assistidas gratuitamente até dezembro, sem necessidade de cadastro, no site sesc.digital e no aplicativo Sesc Digital, disponível nas lojas Google Play e App Store.
“Depois, a Névoa” (2024) é parte da 49ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O filme inédito do argentino Martín Sappia acompanha César, um operário que abandona a rotina fabril e parte rumo às montanhas em busca das cinzas da irmã. Na travessia, confronta o luto e as mudanças de um mundo tomado por incêndios e privatizações. O filme fica disponível apenas no app Sesc Digital até o dia 29 de outubro ou até alcançar 500 visualizações.
Outro destaque é “Levados pelas Marés” (2024), longa de Jia Zhang-ke, um dos grandes nomes do cinema chinês. Na história, Qiaoqiao e Bin vivem um romance intenso na cidade de Datong. Repentinamente, Bin vai embora em busca de oportunidades em outro lugar. Determinada a encontrá-lo, Qiaoqiao inicia uma jornada em sua busca. Abrangendo 21 anos de um país em profunda transformação, o filme explora as experiências individuais diante das drásticas mudanças sociais e econômicas da China contemporânea. O título foi exibido na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, em outubro passado, e venceu o prêmio da crítica de melhor filme internacional no festival.
Já em “Não Sou Eu” (2024), o diretor francês Leos Carax, conhecido por seu estilo poético e suas representações distorcidas do amor, revisita seus 40 anos de carreira em uma obra ensaística criada a pedido do Museu Pompidou. Sem medo da introspecção, o cineasta mergulha nas próprias imagens, percorrendo os impulsos políticos e artísticos que marcaram sua trajetória.
Entre as produções mais aclamadas da seleção, “Paterson” (2016), de Jim Jarmusch, apresenta o cotidiano de um motorista de ônibus em Nova Jersey que transforma pequenas experiências diárias em poesia. Estrelado por Adam Driver, o filme é uma ode à simplicidade e à observação da vida comum, marcas do estilo contemplativo do diretor.
Com “Quando Chega o Outono” (2024), o francês François Ozon retorna ao drama familiar em um vilarejo da Borgonha. A trama acompanha duas amigas idosas que se veem cercadas por segredos, culpas e recomeços após um acidente doméstico. O longa confirma o olhar sensível e irônico do diretor sobre os laços humanos e suas imperfeições.
O cinema brasileiro também está representado por “Nelson Felix, Método Poético para Descontrole de Localidade” (2018), de Cristiano Burlan, um mergulho no processo criativo do artista Nelson Felix, a partir do poema de Mallarmé “Um lance de dados jamais abolirá ao acaso”. O documentário reflete sobre os limites entre arte, pensamento e espaço, revelando a força da criação em movimento.
Outro longa nacional é “Partida” (2019), de Caco Ciocler, que acompanha uma atriz que decide concorrer à Presidência da República após as eleições brasileiras, embarcando em uma viagem política e afetiva até o Uruguai. A obra retrata a potência simbólica da utopia e o desejo coletivo de transformação, numa narrativa que combina documental e ficção.

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