Cinema feminino

Num Brasil governado por uma presidenta e com uma mulher (a cantora Ana de Hollanda) ocupando pela primeira vez o Ministério da Cultura, vale revisar a atuação feminina no cinema brasileiro contemporâneo. Se tomarmos 2010 como parâmetro, veremos que houve significativo avanço: dos 80 filmes lançados, 15 têm mulheres como diretoras-solo ou diretoras-em-parceria. Laís Bodanzky (“As Melhores Coisas do Mundo”), Ana Luiza Azevedo (“Antes que o Mundo Acabe”) e Eliane Caffé (“O Sol do Meio-Dia”) se destacaram na ficção. Luciana Bezerra e Maíra Carneiro representaram a mulher no projeto coletivo “5 X Favela”. Marília Rocha  lançou dois documentários de uma vez: “Acácio” e “A Falta que Me Faz”.

Neste ano, dois nomes estão chegando com força aos cinemas: Flávia Castro, com o tocante “Diário de Uma Busca”, e Mariana Caltabiano. Mariana,  jovem herdeira de grande concessionária de automóveis, já lançou o primeiro 3D brasileiro (“Brasil Animado”) e em breve apresentará “Histórias Reais de um Mentiroso”. 2011 deve marcar, também, a volta de Betse de Paula a um set de filmagem. Ela vai dirigir, com produção de Mariza Leão, “Vendo ou Alugo”,  comédia  estrelada por  Marieta Severo, Dira Paes e Marcos Palmeira. A cineasta, integrante de um dos mais poderosos clãs do audiovisual brasileiro (filha de Zelito Vianna, sobrinha de Chico Anísio e irmã de Marcos Palmeira), diz que seu filme tem um quê do buñuelino “O Anjo Exterminador”: avó, mãe, filha e neta dividem casa de luxo que não podem mais manter. E que “pela proximidade da favela, também não conseguem vender nem alugar. Durante a visita de compradores começa um tiroteio deixando a todos encurralados”.

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