Retorno à pornochanchada?

O imenso êxito comercial de “Cilada.com”, estrelado por Bruno Mazzeo, comprova, mais uma vez, o apreço do público brasileiro pela comédia erótica. Ou pornochanchada light. Depois de fase pudica, os filmes comerciais brasileiros foram aos poucos introduzindo piadas sexuais em suas tramas. Tudo parece ter começado com “Os Normais 2” (mais de 3 milhões de ingressos), de José Alvarenga Jr. Muitos se constrangeram ao ver, sem quê nem porquê, um personagem sendo empalado no corredor de um hospital. Depois veio “Casa da Mãe Joana” (600 mil espectadores), de Hugo Carvana, seguido de “De Pernas Pro Ar” (outro que ultrapassou a casa dos 3 milhões de espectadores). Cada um vê no cinema o que quer. O que não nos impede de lamentar que nossas comédias de temática sexual sejam grosseiras, apelativas e, em alguns casos, preconceituosas. “Cilada.com” é grotesco (nada a ver com o humor jovem e até envolvente de “Muita Calma nessa Hora”). Depois de ver tais filmes, só nos resta sentir saudades de Joaquim Pedro de Andrade, que dialogou magistralmente com o gênero no magnífico “Guerra Conjugal” (um dos filmes preferidos do escritor João Gilberto Noll). E também de Carlos Reichenbach, Guilherme de Almeida Prado, Ícaro Martins e José Antônio Garcia, autores que também travaram diálogo criativo com a pornochanchada.

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