Marília Rocha participa do Brasilcine, em Estocolmo

A convidada da sétima edição do único festival de cinema da Escandinávia, o Brasilcine, é a jovem diretora mineira Marília Rocha, uma das criadoras do grupo Teia, de Belo Horizonte. Marília irá a Estocolmo para apresentar dois de seus longas-metragens, Aboio (2005) e a A Falta que me faz (2009), além de um curta, Descaminhos (2007). A diretora conversará com a plateia ao final das projeções.

Os trabalhos de Marília vêm sendo mostrados em festivais como o Rotterdam Film Festival (Holanda), um dos maiores festivais de filmes independentes em todo o mundo, e em museus como o MoMA, em Nova Iorque.

Aboio, ganhador do prêmio de melhor filme do festival internacional É Tudo Verdade, em 2005, será exibido no sábado, dia 27 de outubro. O filme é uma reflexão sobre a relação homem-animal através das palavras dos vaqueiros que usam o tradicional canto chamado aboio para se comunicar com o gado.

A falta que me faz, a ser exibido no domingo, 28 de outubro, também ganhou ganhou prêmio de melhor filme, no Festival de Cinema Latino-americano de São Paulo. O documentário segue um grupo de meninas que vivem os últimos anos da adolescência enquanto se pararam para entrar na idade adulta. Nele, as meninas refletem sobre expectativas amorosas e lidam com a solidão. O filme foi rodado na Serra do Espinhaço, em Minas Gerais.

Além dos filmes e do bate papo com a plateia, Marília dará um workshop gratuito na terça, 30 de outubro, no qual falará sobre seu processo criativo. O workshop é uma colaboração entre Brasilcine, FilmStockholm e Filmbasen. Os dois últimos são centros de recursos para jovens cineastas na região de Estocolmo.

Fronteiras, assim como estruturas rígidas, existem para ser superadas na obra de Marília. Segundo a própria diretora, seu trabalho é marcado pela liberdade no caminho que um filme tomará: “Aboio é resultado de uma aventura. Nós viajamos um mês pelo sertão sem inicialmente saber se sequer encontraríamos algum vaqueiro que aboiasse. Não tínhamos nenhum roteiro, nenhum personagem, nada”. Da mesma maneira, um determinado plano para um filme pode acabar sendo deixado de lado para dar lugar a um tema imprevisto que surge durante o processo. É o que ela conta sobre A falta que me faz: “Primeiro, eu estava interessada no lugar. Na geografia, nessa paisagem marcada pelo garimpo e, depois, pela extração de flores secas. Eu fiquei dois anos pesquisando sobre a extração dessas flores, mas eu nunca ‘encontrei’ o filme. O filme não existia. Mas daí eu encontrei essas meninas, e o filme passou a ser sobre elas”, conclui Marília.

Mais informações sobre o festival estão na página do facebook http://www.facebook.com/BrasilCine e no site http://brasilcine.se.

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