ABPITV E SICAV assinam acordo de cooperação no RioContentMarket

A Associação Brasileira de Produtoras Independentes de TV (ABPITV) e o Sindicato Interestadual da Indústria Audiovisual (SICAV), formalizaram na tarde de quarta-feira (20), durante o RioContentMarket, a assinatura do Termo de Convênio de Cooperação Audiovisual entre as duas entidades, visando o fortalecimento da indústria audiovisual nacional.

Para a presidente do SICAV, Silvia Rabello, o acordo é apenas a formalização de uma parceira que já vinha acontecendo entre as entidades. As duas entidades têm atuado em conjunto nas articulações com as autoridades do setor audiovisual e vão trabalhar para que benefícios e conquistas sejam compartilhados entre os associados de ambas entidades. 

Na tarde de quarta-feira (20), o RioContentMarket teve três painéis dedicados exclusivamente à coprodução internacional: Acordos Firmados, Acordos em Desenvolvimento e Novas Demandas. O tema foi um dos pontos altos da programação, dada a importância do intercâmbio comercial e cultural entre nações para estimular novos negócios na indústria do audiovisual.

No painel que abordou Acordos Firmados, produtores representantes da Alemanha, do Canadá e de Israel discutiram a importância dos acordos de coprodução já assinados entre seus países e o Brasil. Avi Armoza (Israel), Lothar Segeler (Alemanha) e Vince Commisso (Canadá) expuseram o olhar de cada país sobre como os formatos são trabalhados nessas nações, a partir da perspectiva de como o produto audiovisual pode viajar e trocar essas experiências, mudando de um país para o outro.

Acordos de cooperação para o audiovisual com outros países são ferramentas cruciais para viabilização de novos modelos de negócio e fomento a parcerias no mercado audiovisual. De acordo com Eduardo Valente, assessor internacional da Agência Nacional do Cinema (Ancine) e moderador das sessões, o Brasil já possui acordos firmados com Canadá, Alemanha, Índia, Israel e praticamente todos os países latinos. Na Europa, existem acordos em vigor com Espanha, Portugal, França e Itália.

Na sequência, a sessão Acordos em Desenvolvimento trouxe a experiência de representantes da Inglaterra e França, que falaram sobre as coproduções já realizadas com o Brasil e as expectativas, além das vantagens e desvantagens dos acordos entre os países.   John McVay da PACT (Producers Alliance for Cinema and Television) e Donald Taffner Jr. (DLT Entertainment), falaram da experiência britânica, acompanhados de Robert Salvestrin (Kwanza) e Stéphane Millière (Gédéon), que compartilharam suas visões sobre o tema no mercado francês. Em setembro de 2012, a ministra da Cultura, Marta Suplicy e o ministro adjunto de Comércio e Investimentos do Reino Unido, Lorde Green de Hurstpierpoint, formalizaram em Brasília o acordo bilateral de coprodução cinematográfica entre Brasil e Reino Unido, fortalecendo o intercâmbio comercial e cultural entre as nações.

Na última sessão, com o tema Novas Demandas, representantes do Catar, África do Sul, Coreia do Sul e China, exemplos de países que buscam estreitar o relacionamento com a indústria audiovisual nacional, falaram da realidade de seus mercados. Zhang Bo comentou que a China International Communication Center (CICC) coproduz cerca de 20 horas e pode investir até 50% em cada projeto. A produtora chinesa está em busca de boas histórias com conteúdos relacionados aos chineses e os sino-latino-americanos, através de emissoras e produtoras que estejam interessadas em trabalhar esse tipo de conteúdo.

Já Harry Yoon, vice-presidente do canal sul coreano SAMG, reforçou a busca do mercado coreano por conteúdos de animação em formato educacional, com o objetivo de divertir e educar o público infantil. Finalmente, Mandy Roger, diretora de aquisições e desenvolvimento de negócios do canal sul africano, M-Net, apresentou dados do mercado africano e a busca por conteúdos voltados para a difusão da cultura negra. 

Os direitos e uso de imagem para a produção de obras audiovisuais sobre personalidades públicas e casos notórios foi tema do painel “Free speech”, realizado hoje pela manhã, durante o primeiro dia de atividades do RioContentMarket 2013. Para analisar a questão e discutir alternativas, Simon Egan, sócio da Bedlam Productions (O Discurso do Rei), Rodrigo Salinas, professor e conferencista em Direito de Propriedade intelectual e de Personalidade da ECA – Escola de Comunicação e Artes da USP, e os conselheiros da ABPITV, Clélia Bessa, sócia da Raccord Produções (Cartola) e Adriano Civita, CEO da Prodigo Films (Até que a morte nos separe), reuniram-se em um painel, com a moderação de João Jardim, cineasta e documentarista.

O assunto vem sendo amplamente debatido, devido aos contratempos enfrentados pelos biógrafos. As premissas que a cinebiografia tem em se firmar como subgênero no Brasil, além dos contratempos enfrentados pelos biógrafos para obter as autorizações necessárias para a realização dos filmes vem sendo discutidas recentemente por profissionais do meio. 

Com um auditório lotado, Jonathan Mildenhall, vice-presidente de Global Advertising Strategy and Content Excellence da Coca-Cola, abriu o primeiro dia de palestras do RioContentMarket 2013 com a apresentação da estratégia “Coca-Cola Content 2020”. Ele falou da importância da criatividade na produção das campanhas globais e como a tecnologia está mudando a abordagem da empresa em relação ao storytelling, com foco no que chamam de storytelling dinâmico. 

Com a moderação de Mauro Garcia, diretor-executivo da entidade, a ABPITV apresentou o painel sobre a incorporação de novas estéticas, narrativas e modelos de negócio na TV brasileira, alinhada com a produção independente nacional. Participaram Marco Altberg, presidente do Conselho Federal da ABPITV, Kiko Mistrorigo, vice-presidente, Luis Antonio Silveira, secretário geral da associação, Belisário Franca, conselheiro fiscal, e João Roni, suplente do Conselho Federal.

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