Comédias e musicais
Duas paixões temáticas do cinema nacional se consolidam à medida que os borderôs de nossos filmes vão sendo expostos ao público. Brasileiro adora comédia e filme que tem a ver com música popular. Se a estes ingredientes somarem-se piadas picantes e algumas doses de sexo ou violência, melhor ainda. Basta ver a audiência de “Bruna Surfistinha”, que levantou o combalido horário do “Supercine” da Rede Globo. As comédias continuam repetindo o êxito outrora alcançado pelas chanchadas da Atlântida (diz-se que “Nem Sansão nem Dalila” e “O Homem do Sputinik” venderam mais de 12 milhões de ingressos, cada um). Vale lembrar que as chanchadas abriam espaço nobre para sucessos da música popular brasileira, em especial marchinhas de carnaval. Pois agora, quem está arrebentando nas bilheterias são comédias como “Minha Mãe É uma Peça”, de André Pellenz, protagonizada por Paulo Gustavo, travestido em mãe superprotetora. Estão bombando também os filmes que trazem a trupe do “Porta dos Fundos” em seus elencos. Fora as comédias assumidas e desbragadas, nos seis primeiros meses deste ano, só dois títulos conseguiram cruzar a barreira do milhão de ingressos: “Somos Tão Jovens” e “Faroeste Caboclo”. Os dois com diálogo aberto com a música brasileira, representada pela banda Legião Urbana e seu líder, Renato Russo. Ano passado, só um filme, fora do terreno da comédia, chegou a 1,5 milhão de ingressos: “Gonzaga – De Pai pra Filho”, também sobre um ídolo musical.