Festival CineMúsica apresenta filmes sobre o rock dos anos 80
A 7ª edição do Festival CineMúsica, dedicado ao universo do som no cinema, acontece de 5 a 8 de setembro, na cidade de Conservatória, no Rio de Janeiro, e traz como tema o BRock – o rock dos anos 80, a terceira geração do rock’n roll nacional que surgiu no final da ditadura militar trazendo ironia, novas referências e acento pop.
Serão trazidos de novo à cena o emblemático e inaugural Circo Voador, a carreira do cineasta Lael Rodrigues – principal divulgador da nova música – e grupos como Blitz, Legião Urbana, Dorsal Atlântica e muitos outros.
Além dos filmes, palestras, oficinas, gastronomia e mesas-redondas, o festival traz um júri especial para a escolha dos filmes premiados, a realização do I Encontro Nacional dos Profissionais do Som e a presença de três homenageados ilustres dos bastidores do cinema: a editora e montadora premiada Virgínia Flores, o projecionista Silvério, de 101 anos, e o empresário Cezário Felfelli.
O destaque deste ano é a comemoração dos 80 anos da chegada do som ótico ao Brasil, marcada pelo lançamento de Voz do Carnaval, de Adhemar Gonzaga e Humberto Mauro. O filme, considerado perdido por longo tempo, reaparecerá com a exibição de um raríssimo fragmento sonoro. Haverá também uma reflexão ampla sobre o profissional de criação sonora e sobre a trajetória da crítica cinematográfica.
No novo espaço Tenda PUC, uma parceria do festival com a PUC-Rio, as mesas-redondas serão seguidas da exibição de filmes comentados por um membro da equipe e por um crítico de cinema selecionado. Entre os críticos convidados estão Miguel Pereira, Rodrigo Fonseca e Luís Alberto Rocha Melo.
Este ano, o evento oferece três prêmios voltados para a criação sonora: os tradicionais Troféu CineMúsica para longas exibidos entre julho de 2012 e junho de 2013; e Troféu Light para curtas do mesmo período; e o novo Prêmio Delart CineMúsica de serviços sonoros para cineastas com até dois longas realizados.
O Prêmio Delart CineMúsica, de serviços de pós-produção sonora, é um incentivo à busca pela excelência técnica e artística por realizadores iniciantes. Os filmes serão exibidos durante o festival e um júri especial escolherá o grande vencedor, que receberá 15 horas de mixagem no Delart Estúdios Cinematográficos, responsável pela pós-produção sonora de grandes clássicos brasileiros, como O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro e Linha de Passe, e pela grande maioria das dublagens para cinema e televisão exibidas no país.
A programação do CineMúsica inclui 92 filmes, entre eles, alguns destaques: A Nave, dirigido por Tainá Menezes, terá uma special working test screening na abertura do festival e tem foco na história do Circo Voador; a pré-estreia mundial de Dorsal – A História da Dorsal Atlântica, dirigido por Frederico Neto e Alex Aguiar, que aborda a trajetória de uma das principais bandas de heavy metal dos anos 80; Eles Voltam, de Marcelo Lordello, vencedor do último Festival de Brasília; Balada do Provisório, comédia de espírito carioca de Felipe David Rodrigues, um dos destaques da Mostra de Cinema de Tiradentes; e o documentário Mazzaropi, de Celso Sabadin, realizado para comemorar o centenário do ator, roteirista, diretor e produtor paulista Amácio Mazzaropi.
Também estão incluídas mais algumas obras que fazem referência ao universo da música como Paulo Moura – Alma do Brasil, Ensaio sobre o Silêncio, Viva Viva, Um filme para Dirceu, Desagradável e Música Serve para Isso – Uma História dos Mulheres Negras, entre outros. No Cine Praça, a exibição de Lábios sem Beijos, dirigido pelo grande Humberto Mauro, lembra que o chamado cinema silencioso, na verdade, sempre teve acompanhamento sonoro. O musicista Carlos Eduardo Pereira será o pianeiro (pianista de cinema) da sessão. Outra lembrança especial é o curta dedicado à sede do festival, Cine Centímetro, dirigido por Danon Lacerda.
Os quatro pontos de exibição dos anos anteriores continuam: a Praça da Matriz, o Cine Tela Brasil, o Cine Milímetro e o Cine Centímetro – réplica do saudoso cinema carioca Metro Tijuca, uma das principais salas de exibição de filmes de 1940 a 1970. Em paralelo, no Espaço Som, acontece a exposição Ressonâncias Históricas – A Tecnologia de Som no Cinema Brasileiro, que reúne diversos equipamentos usados em diferentes etapas da captação, processamento e finalização do som de um filme, com destaque para o famoso gravador magnético Nagra IV e para o conjunto de processadores Dolby Tipo A usados pioneiramente na introdução do Dolby no Brasil, em filmes como Corações a Mil e Ópera do Malandro.
O público também poderá usufruir do circuito paralelo Sabor CineMúsica. O evento gastronômico conta com oficinas de culinária e a presença de chefs de renome, como o francês Damien Montecer, do restaurante Club des 5, e Isaias Neries, do restaurante do Hotel Parador Lumiar, localizado em Nova Friburgo.
O Programa Formacine, que incentiva e leva as crianças da rede municipal de ensino aos cinemas, mais uma vez irá exibir uma série de produções voltadas para o público infanto-juvenil. Estão programadas ainda para esse ano oficinas e apresentações musicais para as crianças. Pelo terceiro ano, haverá uma sessão de audiodescrição, destinada a deficientes visuais, com o premiado Colegas, de Marcelo Galvão.
Na praça, no final de cada dia do festival, shows de grupos convidados fecham a noite. Na quinta, a banda Madame Zero, e na noite de sexta é a vez da Mais do Mesmo, cover da Legião Urbana. Sábado, o Allegro Coral e Orquestra, regido pelo premiado maestro Renato Misiuk, apresenta um repertório dedicado ao rock nacional e ao BRock em especial.
No domingo, o Cinebloco Brass Band faz uma apresentação que inclui performances, teatro e música com trilhas consagradas do cinema em versões que misturam samba, maracatu, funk, marchinhas, côco e ritmos regionais em geral. O tom divertido fica por conta do figurino dos músicos, que aparecem caracterizados como personagens dos filmes.
Mais informações no site do festival www.festivalcinemusica.com.br.