A multiplicação dos meios e formatos de produção no mercado audiovisual

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Quando assistimos a um longa-metragem de ficção no cinema, a um documentário na TV, a um vídeo institucional durante uma palestra ou mesmo a um videoclipe musical na internet, saltam aos olhos os aspectos artísticos mais evidentes – a montagem, a trama, os diálogos, as interpretações… Porém, sempre será necessário o trabalho de uma grande variedade de outros profissionais para se chegar ao resultado visto na tela: fotógrafos de still, operadores de câmera e de áudio, produtores, cenógrafos, iluminadores, editores, contrarregras. A multiplicação de meios e formatos de produção no mercado brasileiro, ocorrida nos últimos anos, abriu diversas possibilidades para a mão de obra disponível, tanto em nível técnico quanto em nível gerencial. Esse desenvolvimento precisa ser acompanhado pelo surgimento de diversas opções de formação e capacitação voltadas para o mercado audiovisual, num movimento que agregue qualidade aos produtos finais.

“O mercado brasileiro tem passado por significativas transformações nos últimos três anos, em virtude principalmente da Lei 12.485/2011, cuja aprovação significou a injeção de novos recursos na produção e na distribuição de conteúdo audiovisual”, diz Daniela Pfeiffer, professora da pós-graduação em Produção Audiovisual: projeto e negócio do Senac São Paulo, contextualizando o cenário. “Essa mudança veio acompanhada por um forte impulso de desenvolvimento da indústria, o qual passa necessariamente pela formação e pela qualificação dos profissionais que nela atuam.”

A professora, que também é gerente de negócios audiovisuais na Animus Consultoria e Gestão, destaca dois cursos que o Senac São Paulo passará a oferecer em 2015: a pós-graduação em TV Digital: conteúdo, tecnologia e operações e a extensão universitária em Audiodescrição para Cinema, Teatro e Tv. “No caso do curso TV Digital, as perspectivas de convergência no mercado audiovisual são promissoras, tendo em vista a procura crescente das emissoras de TV, produtoras independentes, agências de publicidade, dos portais de internet e outros veículos por profissionais qualificados que possuam conhecimento de conteúdo, tecnologia e operações do meio”,  acredita Daniela.

Para Daniela Pfeiffer, o mercado está sendo influenciado por um forte impulso de desenvolvimento da indústria, o qual passa necessariamente pela formação e pela qualificação dos profissionais que nela atuam.

Já o curso de Audiodescrição se concentra na elaboração de roteiros adaptados para públicos com deficiências visuais ou cognitivas – fazendo a “tradução” de imagens em palavras, realizada de forma sincronizada com a ação na tela. “A disciplina oferecerá ao aluno a chance de elaborar roteiros de audiodescrição, fazer ou dirigir a narração, revisar testes de recepção em peças de teatro, filmes e programas de televisão, promovendo dessa forma a acessibilidade comunicacional de pessoas com dificuldades visuais e intelectuais”, narra a professora.

A importância dos cursos de graduação e pós-graduação voltados para a realidade do mercado atual não pode ser subestimada, segundo Daniela. “Mais do que se tratar de uma questão apenas da área educacional, a capacitação – com investimento em estúdios e equipamentos – é o principal caminho para estruturar a formação de uma indústria audiovisual no país, e merece ser objeto das políticas públicas propostas para o setor”, afirma ela. “A grande questão, nesses casos, é a capacidade de absorção dos novos profissionais pelo mercado, e a sintonia da formação recebida com a realidade do que ocorre além do espaço da universidade.”

Deficientes visuais prestigiaram sessão com audiodescrição do filme A Despedida, de Marcelo Galvão, no festival de Gramado deste ano. © Dani Villar

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