Se Deus Vier que Venha Armado
Da ideia do roteiro ao lançamento, “Se Deus Vier que Venha Armado” percorreu uma trajetória de oito anos e três editais. Primeiro longa-metragem do diretor paulistano Luis Dantas, ele chega às telas dos cinemas brasileiros no dia 12 de novembro.
O filme é protagonizado por Vinicius de Oliveira, revelado em “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles, e atualmente na TV com a série “Santo Forte”, exibida pelo canal a cabo AXN. Ele vive Damião, um presidiário de 23 anos, que ganha o benefício da saída temporária da cadeia por conta do Dia das Mães. Ele tem 72 horas de liberdade e vai visitar o irmão, Josué (Clayton Mariano) – um mecânico evangélico, que está prestes a se casar –, mas também tem uma missão a cumprir para o crime organizado.
Ao mesmo tempo em que conhecemos Damião, somos apresentados a Jéferson (Leonardo Santiago), um soldado recém-chegado ao batalhão. Criado pela avó e sambista nas horas vagas, ele é escalado para a patrulha do sargento linha dura Mauro (Giulio Lopes) pela periferia de São Paulo. Um “azar militar”, segundo os companheiros de farda.
Como pano de fundo da história, está a cidade de São Paulo, aterrorizada por uma onda de ataques da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), em 2012.
Damião vai ao encontro daquele que lhe passará sua tarefa: fazer uma entrega no litoral. Logo depois, se depara com um amigo de infância, o carismático Palito, que, apesar de sua deficiência física – é manco –, ele ensinou a ser goleiro, e que agora está aprendendo a dançar hip hop.
Palito é interpretado por Ariclenes Barroso, uma das maiores revelações do cinema atual. No campinho de futebol, ele e Damião colocam a conversa em dia até que Palito o convida para conhecer sua turma do hip hop, que é coordenada por Cleo (Sara Antunes). Um triângulo amoroso está formado.
Em ronda pela comunidade, a viatura do sargento Mauro é atacada e ele quer vingança. Um inocente é morto pela polícia e mais vingança está a caminho. Damião, Palito e Cleo vão para a praia, mas a viagem, regada a bebidas e drogas, não vai acabar bem.
As gravações de “Se Deus Vier que Venha Armado” tiveram início em setembro de 2012, na periferia de São Paulo. Grande parte das cenas foi rodada no Jardim João XXIII, extremo oeste da capital. Um produtor bateu de casa em casa na comunidade para apresentar o projeto aos moradores e tentar locar suas casas para o set de produção. Muitos moradores também participaram do filme, fazendo figuração. Já a ONG onde a turma de Palito dança hip hop é a SAJU – Organização Cultural, Social e Artística, instalada no Campo Limpo, zona sul de São Paulo.
A plataforma de pesca e imagem de Iemanjá na orla dão pistas do local onde as cenas de praia foram feitas: Mongaguá, litoral sul de São Paulo. Gravada por último, em março de 2013, a sequência que abre o longa foi rodada em Paulínia, no interior de São Paulo.
“Se Deus Vier que Venha Armado” foi convidado para abrir o 23° Festival Ibero-americano Cine Ceará, em setembro de 2013, recebendo os prêmios de Melhor Diretor, Melhor Fotografia e Melhor Ator (Ariclenes Barroso). O longa também foi apresentado no FestAruanda 2013, em João Pessoa, vencendo nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor eMelhor Fotografia, além de ter uma Menção Especial para o ator Ariclenes Barroso.
Em 2008, ganhou o Prêmio de Desenvolvimento de Roteiro da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo e em 2010, o Prêmio de Fomento ao Cinema Paulista, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura, com aportes da SABESP e MORLAN. O longa foi selecionado no Edital de Comercialização, SPCINE/FSA em 2015, com distribuição pelaPandora Filmes.
“Se Deus Vier que Venha Armado” foi dirigido, produzido e tem roteiro de Luis Dantas, escrito em parceria com a jornalista Beatriz Carolina Gonçalves. A produção executiva é de Patrick Leblanc, direção de fotografia de Hélcio Alemão Nagamine, ABC, e a de arte, de Ana Rita Bueno. João Godoy é o técnico de som e Luiz Adelmo, o designer de som. Montado por Fernando Coster e com trilha original composta por Zé Godoy, o filme tem distribuição da Pandora.
De cena em cena o ator Ariclenes Barroso vai ganhando o filme e dando forma à história. Um grande talento à espera d protagonizar uma produção. Destaque para a trilha musical com belos solos de violão, certamente de Conrado Goys. Valeu.