A Dama Oculta

Livro que deu origem ao clássico homônimo de Alfred Hitchcock, A Dama Oculta é por si só uma obra envolvente e extraordinária. Sua força está na maestria com que Ethel Lina White constrói atmosferas sinistras e perturbadoras, que pairam até mesmo sobre as cenas aparentemente mais corriqueiras.

Iris Carr é uma jovem e bela socialite que retorna para a Inglaterra após um período de férias no continente europeu. Sentindo-se só e intimidada durante a viagem de trem, ela encontra conforto na companhia de uma estranha que conhece apenas como “srta. Froy”. O conforto logo se transforma em pânico quando a srta. Froy some sem deixar vestígios. Questionando a própria sanidade e desconfiando das reais intenções das pessoas a sua volta, Iris tenta desesperadamente desvendar o súbito desaparecimento de sua companheira de viagem – uma mulher que ninguém mais se lembra de ter visto.

Não é difícil perceber por que Hitchcock adotou este clássico e se viu compelido a imprimir-lhe, em 1938, sua marca cinematográfica.

Sobre a autora: Ethel Lina White nasceu em Monmouthshire, Inglaterra, em 1876. Trabalhou durante alguns anos para o governo, no extinto Ministério de Pensões de Londres, e, em 1920, começou a escrever romances, estreando com The Wish-Bone (1927). Publicou outros dois livros antes de passar a se dedicar exclusivamente aos gêneros thriller e mistério, com os quais viu sua popularidade aumentar nos quatorze anos seguintes. Em 1936, White publicou The Wheel Spins, cujos direitos foram adquiridos pela companhia Gaumont-British para ser transformado em filme, sob o título The Lost Lady. O jovem diretor irlandês Roy William Neill foi escolhido pelo produtor Edward Black, e uma equipe foi enviada para a Iugoslávia para fazer filmagens para as projeções de fundo. No entanto, quando a polícia local descobriu acidentalmente que havia sido retratada de modo pouco elogioso no script, a equipe foi expulsa do país, e Black arquivou o filme. Um ano depois, o projeto caiu nas mãos de Alfred Hitchcock. O diretor normalmente se mostrava contrário a assumir projetos que já tinham estado nas mãos de outros diretores, mas a história parecia pedir passagem para as telas. O resultado foi A Dama Oculta (The Lady Vanishes, 1938), que é geralmente considerado como o auge do período britânico de Hitchcock. White escreveu mais oito thrillers, terminando com They See in Darkness, publicado no ano de sua morte, aos 68 anos. Houve então uma agitação no meio cinematográfico em torno de seus livros, e seu romance Midnight House foi adquirido pela Paramount Pictures – o filme resultante foi intitulado Medo que Domina (The Unseen, 1945), cujo roteiro tem coautoria de Raymond Chandler. Ethel Lina White morreu em 13 de agosto de 1944, dia em que Alfred Hitchcock completou 45 anos de idade.

A Dama Oculta
Autora: Ethel Lina White
Tradução: Rogério Bettoni
Editora: Nemo
Páginas: 272
Preço: R$ 44,90

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