Inscrições abertas para o seminário internacional Cinema, Soft Power e os BRICS
Entre os dias 27 e 28 de outubro, será realizado o seminário internacional Cinema, Soft Power e os BRICS, dentro da programação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O encontro vai reunir autoridades, gestores, realizadores e pesquisadores do audiovisual do Brasil, da China, da Índia, da Rússia e da África do Sul, com o objetivo de aproximar as iniciativas e impulsionar as políticas públicas entre os países para estimular o intercâmbio econômico e criativo. Também se propõe a compreender e a comparar como as chamadas potências emergentes adotam, adaptam ou culturalmente reinventam e localizam o soft power para realizar suas próprias ambições estratégicas. Ao longo do evento, também está prevista uma mostra de filmes BRICS, além de debates e palestras.
O seminário é uma realização da Universidade de Leeds (Inglaterra), em parceria com o Instituto Iniciativa Cultural e com a Spcine. Após a cerimônia de abertura – que ocorrerá no Caixa Belas Artes e deverá contar com a presença do diretor-presidente da Spcine, Alfredo Manevy, da diretora da Agência Nacional do Cinema, Débora Ivanov, além de representantes da Apex-Brasil e do Itamaraty –, haverá um painel sobre as indústrias cinematográficas da Rússia e da China. Nessa mesa, serão apresentadas as especificidades de cada mercado e também os mecanismos de coprodução, bem como casos de filmes realizados entre produtores brasileiros, russos e chineses. Da mesma forma, será relatada a experiência da Spcine na articulação do projeto que vai promover a circulação de obras paulistas nesses países por meio de um memorando de codistribuição.
No mesmo dia, à tarde, será a vez da mesa de debates sobre a produção de filmes na Índia e na África do Sul. Para este painel, já está confirmada a presença de Rachel Dwyer, professora da Universidade de Londres e especialista em cinema indiano; Paul Cooke, professor da Universidade de Leeds e pesquisador de cinema sul-africano; e Shobhan Saxena, crítico de cinema e jornalista do Times of India, em São Paulo, dentre outros. Na sequência, ocorrerá o lançamento do livro “Cinema Brasileiro e Coprodução Internacional”, de Dácia Ibiapina e Flávia Rocha.
Na programação do segundo dia, pela manhã, o evento será focado no encontro dos convidados internacionais dos cinco países com os gestores da Spcine. A proposta é discutir ações e políticas para aperfeiçoar o intercâmbio, concretizar parcerias para a coprodução e codistribuição de obras, exibição dos filmes em salas de cinema dos respectivos circuitos, assim como a oferta de serviços para o audiovisual e os incentivos fiscais para atrair as produções.
Já no período da tarde, haverá uma mesa de debates entre os pesquisadores que estudam o mercado audiovisual no âmbito dos BRICS e os convidados nacionais. Dentre os confirmados, estão os professores Stephanie Dennison, Paul Cooke, Vlad Strukov e Rachel Dwyer. Do lado brasileiro, estarão presentes Debora Ivanov (Ancine), Alessandra Meleiro (Universidade Federal de São Carlos), Ciro Dias e Sergio Siscaro (Imagem Corporativa), Eric Klug (British Council Brasil) e Florência Costa (jornalista).
O seminário BRICS pretende trazer o cinema para o centro das discussões sobre o soft power e como o grupo dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) surge neste novo cenário, com uma série de desafios. Em conjunto, estes países buscam modificar uma realidade ainda pouco favorável dentro do cenário político e econômico atual.
Em 2001, o economista Jim O’Neill, em um artigo intitulado “Building Better Global Economic BRICS” demonstrou que esses países seriam as novas economias que assumiriam no futuro a liderança no sistema internacional, junto aos EUA. Juntos, constituiriam uma nova mudança de poder econômico global, uma alternativa ao grupo G7. Desta forma, desde 2009, eles vem implementando políticas estratégicas que ultrapassam as intenções meramente comerciais e, para muitos analistas de política internacional, os BRICS consolidarão sua posição como um grupo político, uma aliança que visa expandir a sua influência geopolítica. Como agentes econômicos de grande importância em suas regiões, eles assumem um papel de liderança nos blocos econômicos e nas organizações políticas regionais.
Pensando nisso, o evento visa contribuir para o intercâmbio cultural, estimulando o diálogo entre os pólos cinematográficos, além de criar uma base para futuros acordos de cooperação e coprodução. Em 2015, os pesquisadores vinculados à Universidade de Leeds já deram o primeiro passo e se reuniram em Leeds para debater a instrumentalização desoft power em países emergentes, e seus impactos econômicos. Agora, em 2016, o seminário de São Paulo ganha uma amplitude ainda maior, com uma agenda voltada para o encaminhamento de ações conjuntas.
O seminário é uma correalização da Universidade de Leeds com o Instituto Iniciativa Cultural e a Spcine, com apoio institucional do British Council Brasil, da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, da Imagem Corporativa, do Caixa Belas Artes e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
As inscrições para o evento são gratuitas e devem ser feitas através do link https://goo.gl/forms/4hSsC8wBnmQeng7q2. A programação pode ser conferida em www.iniciativacultural.org.br/2016/09/programacao.