Rio2C chega a 8 mil participantes e integra a indústria criativa

A expansão do Rio Content Market para Rio2C já trouxe números superlativos nesta primeira edição. Ao todo, a organização contabiliza oito mil participantes entre os dias 3 e 6 de abril, mais do que o dobro dos 3,5 mil delegados da edição de 2017. No final de semana que se seguiu logo depois da feira, o evento foi aberto ao público e mais dez mil pessoas circularam pela Cidade das Artes, a nova sede do agora denominado Rio Creative Conference.

Para Carla Esmeralda, curadora do Rio2C, a conexão que foi estabelecida entre o audiovisual, a música e a inovação “deu uma virada no evento”. Ou seja, o novo formato funcionou e deverá se repetir nos próximos anos. Com 450 palestrantes, 37 conferencistas nacionais e estrangeiros e 200 horas de conteúdo, ela comemora em alto e bom som.

“Estamos muito felizes com o resultado, até porque era um risco muito grande. Nesses últimos anos, percebemos como o audiovisual amadureceu e, em 2018, essa experiência foi inspiradora para as outras áreas”.

Carla Esmeralda © Murillo Tinoco

Pelo o seu cálculo estimado, o evento deverá gerar cerca de R$ 200 milhões em negócios, nos próximos dois ou três anos. No Rio2C, os produtores e criativos deram os primeiros passos para essa direção, mas a concretização desses pitchings e reuniões iniciais só será confirmada mais adiante.

O presidente executivo da BRAVI, Mauro Garcia, reafirma o êxito do agora megaevento. Em suas palavras, “as atividades ficaram interligadas o tempo todo, como se fosse uma grande arena conectando as áreas”. Dessa forma, o Rio Content Market saiu do formato “de departamento” para “transitar entre os setores de forma mais efetiva”.

Nos próximos dias, o conselho da BRAVI deverá se reunir para avaliar o crescimento da feira, examinando especialmente o que precisará melhorar para 2019. Mas a tendência é integrar ainda mais o audiovisual com a música e a inovação tecnológica nas próximas edições.

Em 2018, Garcia destaca, especialmente, a busca por novas formas de distribuição dos conteúdos nos debates e reuniões realizados. “Acho que o mercado percebeu que podemos fazer negócios entrelaçados no campo da Economia Criativa, fazendo essa conexão de forma cada vez mais interligada. A música sempre esteve mais próxima do audiovisual, mas agora com as startups, a chegada da realidade virtual e expandida, isso fica ainda mais evidente”.

A seu ver, o Rio2C entrou no modelo de evento global a partir dessas novas características, mantendo os antigos participantes e atraindo novos players estrangeiros. E os mercados mais voltados para os negócios exclusivos do audiovisual deverão ficar mais concentrados nos eventos locais e regionais, no Brasil. “Nos festivais brasileiros, já se discute muito isso, de abrir espaço para o mercado, para o business ganhar mais espaço. Essa é a tendência”.

A própria escolha da data para realizar o Rio2C neste ano também refletiu essa mudança. Até o ano passado, o Rio Content Market era realizado na metade de março. Em 2018, o evento já foi reagendado para o começo de abril e, na próxima edição, deverá ocorrer no final do mesmo mês. Sendo assim, ficará situado depois do South by Southwest (SXSW) – que acontece em março, nos Estados Unidos – e antes do Festival de Cannes, que atrai players internacionais para o Marché du Film, o maior mercado de cinema do mundo, na segunda quinzena de maio, no sul da França.

 

Por Belisa Figueiró

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