Cópia restaurada de “Pixote – A Lei do Mais Fraco” tem sessão especial na Mostra SP
Restaurada pela Fundação George Lucas e executada pela Film Foundation, de Martin Scorsese, a cópia do filme Pixote – A Lei do Mais Fraco, de Hector Babenco, ganha sua primeira exibição no país durante a 42ª Mostra. A sessão especial será precedida pelo curta documental Conversa com Ele, dirigido por Bárbara Paz, que retrata um diálogo entre Babenco e Drauzio Varella —médico e escritor que recebe o Prêmio Humanidade da Mostra antes da projeção dos filmes.
O filme, que ganha exibição no sábado, dia 27 de outubro, às 21h30, no Cinesesc, retrata quatro meninos que vivem a dura realidade do menor carente em um reformatório paulista. Revoltados com as injustiças dos administradores da instituição, os garotos fogem e passam a conviver com uma prostituta, envolvendo-se com traficantes de drogas e trapaceiros.
Pixote foi restaurado por meio da indicação dos cineastas Walter Salles e Roberto Gervitz para a The Film Foundation. A HB Filmes, produtora dirigida por Myra Arnaud Babenco, viabilizou o processo de restauro do longa. Sob a supervisão artística de Gervitz, o trabalho de imagem foi feito na Cinemateca de Bolonha, enquanto a JLS Facilitações Sonoras se encarregou do som. A coordenação de imagem contou ainda com a colaboração de Patricia de Fillipi.
Gervitz é o diretor de Feliz Ano Velho, cuja efeméride será comemorada na 42ª Mostra. As três décadas do longa são homenageadas em duas exibições dentro da Sessão ABC, uma no Cinesec, na sexta (dia 26), às 21h, e outra na Cinemateca Brasileira, na segunda (dia 29), às 19h, precedidas pelo curta Juliana na Cinemateca. No dia 29, haverá debate com João Theodoro, José Luiz Sasso, ABC, Patricia de Filippi e Roberto Gervitz, com mediação de Tide Borges, ABC.
Protagonizado por Marcos Breda e Malu Mader, Feliz Ano Velho teve restauro e masterização de imagem feita pela O2 Pós, e restauro e remasterização da trilha sonora assinada pela JLS.
Na trama, Mario, 17, mergulha em um lago, bate a cabeça e fica tetraplégico. A paralisia física o coloca diante de sua imobilidade existencial. Seu medo de seguir o mergulha no passado de adolescente dos anos 1970 — auge da ditadura militar. Abandonado pelo próprio corpo, ele recompõe os cacos do que viveu e dá adeus à adolescência. Baseado no livro homônimo e autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva.
Além disso, o evento faz sessões em homenagem às cinco décadas de estreia de O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. A sessão da cópia restaurada, feita com apoio dos Estúdios Mega e coordenação e produção da Mercúrio Produções, acontece no domingo, dia 28, às 20h10, na Cinemateca Brasileira.
O filme tem como ponto de partida um caso verídico de grande repercussão à época. O criminoso conhecido como Bandido da Luz Vermelha ganhou esse apelido porque invadia casas durante a noite usando uma lanterna vermelha. A degradada região conhecida como Boca do Lixo, no centro de São Paulo, é o pano de fundo para a narrativa. Nesse contexto, o longa apresenta a trajetória de um foragido da polícia em crise de identidade e da sedutora Janete Jane, com quem ele tem um caso.