Segunda edição do Nicho Novembro discute direito ao trabalho no audiovisual brasileiro

Entre os dias 9 e 15 de novembro, o Nicho 54, instituto que atua no desenvolvimento de carreira de profissionais negros no audiovisual, realiza a segunda edição do Nicho Novembro. O evento, que neste ano ganha versão virtual devido à pandemia do COVID-19, reúne mostra de filmes, laboratório de desenvolvimento de projetos de criadores negros e painéis que reverberam o tema da edição deste ano, “Audiovisual como direito ao trabalho”.

As atividades são gratuitas e serão transmitidas pela plataforma Zoom e na página do Nicho 54, no Facebook. Os filmes da mostra serão exibidos em uma plataforma exclusiva disponível em www.nichonovembro.com.br, desenvolvida em parceria com a Quanta.

A escolha do tema da edição tem como base o aprofundamento em diferentes aspectos sobre como a cultura desse setor impacta profissionais negros e quais são os paradigmas que devem ser questionados rumo a uma cultura de trabalho não-excludente.

A programação inclui atividades que refletem os três eixos de atuação do instituto: formação, curadoria e mercado.

No eixo Formação, a grande novidade desta edição é o Lab Nicho 54, laboratório de desenvolvimento de projetos audiovisuais de criadores negros. As inscrições foram realizadas entre os meses de setembro e outubro, com a participação de projetos de 10 estados brasileiros. Os doze projetos selecionados, entre filmes e séries, nos formatos ficção e documentário, passam por uma imersão durante o período do Nicho Novembro com mentores que abordaram aspectos criativos e executivos do projeto. Os escolhidos também participam de master class com profissionais experientes do setor. No último dia de Lab, os projetos fazem a defesa oral para uma comissão avaliadora que vai conceder oito prêmios oferecidos pela rede de parceiros do Nicho 54, Globo Filmes, Projeto Paradiso, DOCSP, Roteiraria, Quanta, Aspas Audiovisual, Olivieri & Associados e Uno Filmes.

No eixo Mercado, painéis norteados pelo tema desta edição reúnem profissionais, intelectuais e especialistas brasileiros e internacionais. As atividades do Nicho Novembro são inauguradas com a “Conversa com o Instituto”, na qual os cofundadores do Nicho 54 convidam os múltiplos agentes do audiovisual a uma interlocução sobre o tema do evento deste ano. No dia 10/11, discute atravessamentos de raça e gênero, por meio do painel “Mulheres e Mercado de Trabalho Audiovisual. Já no dia 12/11, o painel “Direitos Autorais” convida a repensarmos a autonomia dos criadores negros e negras no que tange a negociações e autoria de seus projetos. A agenda de discussões se encerra no dia 13/11, com o painel “Pessoa Preta, Sujeito do Mundo”, que conta com as contribuições da produtora Effie Brown (“Cara Gente Branca” & Gamechanger Films), do produtor Jorge Cohen (Geração 80) e do curador Themba Bhebhe (European Film Market da Berlinale – Diversity & Inclusion).

No eixo Curadoria, a mostra de filmes exibe quatro longas-metragens e 12 curtas. Desses, oito inéditos em território nacional. São histórias oriundas do Brasil, Quênia, Estados Unidos, Angola, Ruanda e França. Durante a semana do evento, os filmes estreiam sempre às 19h e ficam disponíveis por 42 horas na plataforma www.nichonovembro.com.br.

Um dos destaques dessa edição são os programas de curtas, intitulados “Nós e os nossos” e “A cor do trabalho”, dedicados a filmes sobre jornadas individuais e familiares de personagens pretos, bem como o lugar do trabalho para as populações negras.

Fomentando diálogos entre a diáspora e também com as criações do continente africano, a seleção de longas-metragens da mostra apresenta Por Toda a Noite (Through the Night, EUA, 2020), de Loira Limbal; Cavalo (Brasil, 2020), de Rafhael Barbosa e Werner Salles Bagetti; a ficção Ar Condicionado (Angola, 2020), de Fradique; e o documentário Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar (Brasil, 2019), de Henrique Dantas.

Durante a abertura do Nicho Novembro, o Nicho 54 lança o Mapeamento de Profissionais Negros, uma convocatória aberta para todo o Brasil com o intuito de reunir informações quantitativas e qualitativas sobre a participação negra no mercado audiovisual.

As informações serão utilizadas como base para a formulação de políticas e programas do instituto Nicho 54, bem como em ações de sensibilização com agentes de mercado para a criação de oportunidades para profissionais negros. Os participantes terão disponíveis um portfólio online com informações sobre formação, experiência, área de atuação, área de interesse, entre outros dados profissionais para apresentar a possíveis contratantes.

A ação tem apoio do Instituto Ibirapitanga, que oferece suporte econômico e institucional a organizações que contribuem para o fortalecimento da equidade racial no país.

Todas as atividades do Nicho Novembro são gratuitas e abertas ao público.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.