Estreia coprodução Argentina-Brasil, premiada no Festival de Berlim e no BAFICI
Combinando elementos fantásticos e do road movie argentino, “Breve História do Planeta Verde”, de Santiago Loza, chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 1º de dezembro, com distribuição da Embaúba Filmes, e coprodução da brasileira Anavilhana. No Festival de Berlim, o longa recebeu o Teddy Award, conferido a filmes com temática LGBTQIAP+, além do Readers Award.
Loza, que também assina o roteiro, conta que o filme nasceu da vontade de juntar um certo imaginário do cinema pop com outros de um cinema mais pessoal. “Queria fazer uma espécie de road movie com personagens um tanto feridas, com um elemento fantástico. A princípio, surgiu a imagem de três amigos carregando o corpo de um alienígena por uma floresta. Esse foi o gatilho. Eles têm que cumprir uma missão, encontrar um destino para aquele ser.”
O filme acompanha Tania (Romina Escobar), Daniela (Paula Grinszpan) e Pedro (Luis Soda), que encontram um alienígena deixado pela avó de Tania antes de morrer. Ela gostaria que a criatura fosse levada ao lugar onde foi encontrada. Passando por fases diferentes em suas vidas, o trio se une para realizar esse último desejo.
Tania, uma mulher trans, viaja com seus amigos, e nessa jornada, não apenas geográfica, cada um revê seus problemas e questões emocionais, e tudo que os trouxe até ali, e partem para um momento de transformação.
Ao se unir, o trio criam uns com os outros uma espécie de família substituta, e o trabalho do elenco foi fundamental para a sintonia entre os personagens. As filmagens foram num lugar remoto da Patagônia.
Já para o alienígena, que tem o tamanho de uma criança, cor roxa e grandes olhos, Loza se baseou no imaginário infantil para criar essa figura, que não tem nada de perigoso, e se aparenta mais com um recém-nascido.
A coprodução da brasileira Anavilhana foi, segundo o cineasta, fundamental para a existência de “Breve História do Planeta Verde”. “A participação foi essencial, um ato de coragem e fé. Um ator participou do elenco. E fizemos a finalização de som e cor no Brasil, com profissionais incríveis que permitiram que o filme fosse ouvido e visto com qualidade. Eles melhoraram o trabalho que foi feito. Luana Melgaço participou nas decisões criativas, nas diferentes versões de edição, bem como no percurso que poderia seguir nos festivais uma vez finalizado.”
Além dos prêmios em Berlim, o longa também ganhou uma Menção Especial na sessão competitiva e prêmio ACCA no BAFICI, Melhor Roteiro no festival OutFest Los Angeles e Prêmio de Distribuição no Festival Viña del Mar. Além de fazer parte da seleção de festivais como Istambul; Cannes, sessão ACID Trip; Shanghai Queer Film Festival; Olhar de Cinema; Festival Frameline; Neuchatel International Fantastic Film Festival; Sitges International Fantastic Film Festival; Queer Lisboa; e Biarritz.