Estreia no catálogo da IC Play a série documental “Bela Raízes”, apresentado por Bela Gil
A partir desta sexta-feira, 22 de setembro, a Itaú Cultural Play recebe em seu catálogo a série documental “Bela Raízes”, dirigida por João Amorim. Nela, a chef de cozinha natural Bela Gil explora diferentes regiões do Brasil à procura de maneiras alternativas para que as pessoas lidem integralmente com a saúde do corpo, da mente e da alma.
Em sua expedição, Bela emerge nos conhecimentos de pajés, curandeiras, raizeiras, representantes de comunidades tradicionais e lideranças femininas. Dividida em 13 episódios de 13 minutos cada, a protagonista aprende mais sobre como os costumes antigos, a medicina tradicional, a escolha de ingredientes e o preparo dos alimentos interferem na saúde humana.
A série pode ser acessada gratuitamente via site www.itauculturalplay.com.br e dispositivos móveis Android e IOS.
O projeto, produzido em 2019 pela Amorim Filmes, produtora de filmes do Distrito Federal, perpassa por diferentes paisagens e biomas do país, desde quilombos isolados do cerrado, tribos indígenas na floresta amazônica à terreiros em áreas urbanas.
A obra documental traz aos telespectadores as expressões de vida, dos costumes e das tradições destas comunidades através de conversas entre a apresentadora e as lideranças femininas de maneira natural, como uma conversa entre amigos em momentos de atividades manuais, coletas de ingredientes e caminhadas.
No primeiro episódio, “Parteiras Kalungas”, Bela Gil conversa com Milza e Dona Eva, duas parteiras tradicionais do território Kalunga sobre gravidez, medicina natural, técnicas e conhecimentos ancestrais. Milza, de 42 anos, é enfermeira parteira e aprendeu o ofício com sua avó, Dona Eva, de 79 anos. Residente no Vão das Almas, Dona Eva já realizou cerca de 300 partos na região.
O segundo episódio “Agricultura Guarani”, resgate cultural mostra Bela na aldeia Tenondé Porã, território guarani localizado na zona sul de São Paulo. A conversa é com Jerá Guarani, pedagoga formada pela USP e pertencente à etnia Guarani-Mbyá. Ela é considerada dentro da aldeia uma liderança política após recusar um casamento, além de lutar pela valorização da cultura e demarcações de terra do seu povo.
Em “Do fruto para o banho, sabonete kalunga”, terceiro episódio da série, Bela conversa com Fiota sobre os saberes tradicionais na produção do sabão de tingui, tradicional na região de Cavalcante, em Goiás. A personagem representa a versatilidade do povo Kalunga no uso dos recursos naturais para a sua sobrevivência, como a produção de óleo de pequi e farinha de mandioca.
Dona Maria é a personagem do quarto episódio, “Agrofloresta e Saúde Integral”. Moradora do Assentamento Contestado, no Paraná, lugar que é resultado da reforma agrária, Bela aprende mais sobre o cultivo de plantas sem veneno. Além de Maria vivem cerca de 150 famílias no local que se tornou modelo na produção agrícola e saúde.
“O Poder dos Óleos Essenciais”, quinto episódio, Bela Gil conversa com Ana Bigaton, uma ambientalista e mestra na arte da aromaterapia. Ela vive no Sítio Terra Graciosa, no Paraná, e lá trabalha com agricultura biodinâmica, sementes crioulas, roças com ervas medicinais, produção de cogumelos, produção de cogumelos, de pães e cervejas com fermentação natural. Bela aprende como fazer extração artesanal e preparar um óleo essencial de capim-limão.
No sexto episódio, “O Segredo da Jibóia”, Bela está na aldeia Mucuripe, no território Huni Kuin, no Acre. Com a ajuda de Maria Carlos Huni Kuin, mãe de seis filhos e vó de 20 de netos, ela aprende mais sobre os kenes, desenhos ou padrões gráficos que estão ligados a Yuxibu, uma espécie de religião.
De volta ao território Huni Kuin localizado no Acre, no sétimo episódio da série, A cura da Floresta, a apresentadora conhece a pajé Bimi. No encontro, aprende mais sobre as plantas usadas em processos de cura e participa de um ritual com Nixi Pae.
Já no oitavo episódio, “Nzinga, Capoeira e resistência”, Bela Gil está em Salvador, sua cidade natal para se encontrar com a Mestra Janja. Graduada em História pela UFBA, onde leciona, Janja fundou em 1995 o Instituto Nzinga de Estudos da Capoeira Angola e Tradições Educativas Banto no Brasil/INCAB e é a primeira mulher a formar um grupo de capoeira Angola no país.
No nono episódio, “Oferendas Sustentáveis”, Bela conhece a Mãe Arlene, uma mãe de santo responsável por diversos projetos sociais que realiza através do Centro de Integração Social Inzo Ria Nzambi (Cisin). Este centro foi responsável pelo primeiro censo dos Terreiros de Umbanda e Candoblé de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Aqui, Bela aprende a fazer uma oferenda sustentável.
Em Brasília, no episódio “Florais da Amazônia”, o décimo da série, Bela conhece os florais produzidos por Maria Alice e sua filha Julia, provenientes de plantas da Amazônia. Maria Alice é co-sintonizadora do Sistema de Florais da Amazônia e é uma das Anciãs Conselheiras do Conselho Internacional das 13 avós. Ela sempre usou os conhecimentos tradicionais para tratar pessoas, mas sentiu com o decorrer do tempo a necessidade de uma medicina mais sutil e que agisse em outros níveis, como o da consciência.
Dona Sônia, personagem do décimo primeiro episódio, “Panela de barro, tradição capixaba”, mostra para Bela em sua casa, mais sobre a tradição das panelas de goiabeiras. Este ofício para a produção deste artefato é essencialmente feminino e muito tradicional no Brasil.
Já no penúltimo episódio, “Abelhas, mel e meio ambiente”, o tema central é sobre as propriedades medicinais do mel de abelha. Ao lado de Flávia, apicultora e farmacêutica, Bela participa de uma coleta de favos de mel numa região de cerrado nativo no Goiás.
E, para finalizar, no último episódio, “Jongo, tradição e resistência”, Bela conversa com Tia Maria, considerada como a rainha do jongo, dança de origem africana cultivada não só em momentos de diversão, mas também para louvação aos antepassados. Tia Maria idealizou a Casa do Jongo, um espaço que tem por objetivo a preservação da memória da dança e difundir esta arte.