Festival Internacional Pequeno Cineasta cerca de 80 filmes feitos por crianças do Brasil e do exterior

Foto: “Flores de Macambira”, realizado por crianças da comunidade de Macambira (RN)

Mostrar o mundo através do cinema pelo olhar da infância e da juventude. Essa é a principal premissa do Festival Internacional Pequeno Cineasta (FIPC), que chega a sua 10ª edição, trazendo um panorama da produção audiovisual nacional e internacional, criada exclusivamente por crianças e jovens, entre 8 e 17 anos. Marcado entre 1 e 19 de maio, o festival, que conta com o patrocínio do Banco do Brasil, vai ocupar, paralelamente, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, além do Instituto Cervantes, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e a Arena Dicró, com diferentes mostras de curtas-metragens de todos os gêneros (ficção, documentário e animação), além de uma programação gratuita de workshops, oficinas, debates e muito mais.

Desde que foi criado, em 2010, o FIPC já exibiu 1.500 filmes, de 44 países, alcançando um público estimado de 45 mil pessoas. Assumindo mais uma vez seu compromisso com a diversidade e a representatividade cultural, em sua 10ª edição, o FIPC apresenta cerca de 80 títulos, vindos de diversos países, como Bélgica, Cabo Verde, Coréia, Espanha, Estônia, Grécia, Itália, Portugal, Argentina, Índia, Polônia, Canadá, Ucrânia, e de diversas partes do país, como Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Bahia, São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro, que tratam sobre os principais temas da infância e da juventude sob a perspectiva de quem está vivenciando elas.

A experiência do isolamento forçado por conta da Covid-19, por exemplo, é um dos temas abordados, especialmente nas produções infantis, mostrando os impactos que a pandemia trouxe para essa faixa etária. Outras questões como solidão, relação intergeracional, cultura, povos originários e respeito à diversidade, seja de gênero, raça ou religião também se destacam em diversos filmes.

Um dos destaques da programação é a participação especial do longa “Um Filme de Cinema” (2017), de Thiago B. Mendonça, que conta a história de Bebel, filha de um diretor de cinema em crise, que quer fazer um filme com seus amigos para um projeto escolar.

As mostras competitivas são divididas em quatro categorias: Nacional e Internacional Criança (8 a 12 anos) e Nacional e Internacional Jovem (13 a 17 anos). Todas serão exibidas no CCBB e parte delas, nos outros pontos culturais da cidade. Ao fim de cada sessão, o público (apenas crianças de 8 a 17 anos) pode votar em seu preferido em cada uma delas. Além do Júri Popular, os filmes também são analisados por um Júri Oficial.

Pela primeira vez, o FIPC vai acontecer, paralelamente, em São Paulo. Excepcionalmente no fim de semana dos dias 11 e 12 de maio, a mostra competitiva será exibida no Teatro Conchita de Moraes, em Santo André, no ABC Paulista, e o público também terá a chance de votar em seu favorito. Os vencedores em cada categoria levam para casa um troféu e uma claquete profissional da Kodak.

Fora de competição, o FIPC apresenta mais três mostras: Mostra Sustente sua História, que acontece no Museu do Meio Ambiente, com curtas nacionais e internacionais que abordam temas ambientais; Mostra Oficina Pequeno Cineasta, exibida no CCBB e na Arena Dicró, apresentando filmes feitos por alunos da oficina homônima, ministrada por Daniela Gracindo, idealizadora do festival, ao longo do ano; além de uma Mostra Especial Hispânica, realizada no Instituto Cervantes, que traz curtas de língua espanhola, vindos da Argentina e Espanha.

Além da exibição de filmes, todos os anos o FIPC traz uma programação paralela também gratuita com workshop, oficinas e mesa redonda.

No Instituto Cervantes, está programado o workshop “Cinema na Sala de Aula”, voltado exclusivamente para educadores, ministrado pelo argentino Carlos Gil, que vem ao Brasil pela primeira vez. Fundador e presidente da Filmoteca Mar del Plata, na Argentina, e professor, especialista em público infantil e políticas públicas culturais e educacionais, Carlos irá apresentar aos educadores conceitos sobre roteiro, filmagem e pós-produção, e como criar histórias a partir de três eixos básicos: personagem, situação, lugar. Os participantes também terão conhecimento de fotografia, tomadas e enquadramentos, iluminação, atuação, cenários, cenografia, som, música, figurinos e maquiagem, além de efeitos especiais, produção de ficção ou animação, entre outras técnicas. O objetivo é fornecer ferramentas para que os professores tornem seus alunos aptos a criar e dirigir seus próprios filmes.

Ainda no Instituto Cervantes, acontece a tradicional “Mesa Redondinha”, que promove o debate entre alunos do Rio de Janeiro e cineastas internacionais por videoconferência com o objetivo de proporcionar a troca de experiências sobre o processo de realização de um filme. Nesta edição, o tema em debate será “Afetos na adolescência LGBTQIAP+” com a participação de pequenos cineastas do Brasil e dos Estados Unidos, mediados por Ana Dylon, criadora do programa Imagens em Movimento, projeto de ações formativas em Cinema, Expressão Corporal e Música Brasileira para alunos e professores de escolas públicas. Durante o encontro serão exibidos os curtas “Benched” (Banido), do americano Alexander Salomon (17 anos); “Meu Nome É Dhyovanna”, dos alunos cariocas do programa Imagens em Movimento (entre 15 e 17 anos); e “Assumir”, da paulista Sophia Proficio (16 anos). Ao final, o debate é aberto ao público.

Para crianças e jovens entre 10 e 17 anos, o festival promove duas oficinas. Na “Oficina de Animação Ambiental”, ministrada por Dudu Guimas, no Museu do Meio Ambiente, os participantes aprendem sobre a técnica de animação em Stop Motion, através da utilização de diversos materiais disponíveis na natureza, como folhas, plantas, sementes, pedras e flores.

Já na “Oficina Claquete”, ministrada por Felipe Leibold, no CCBB, os alunos têm a oportunidade de conhecer os conceitos básicos da linguagem cinematográfica e as principais funções de uma equipe de cinema, através da experiência de realizar uma cena. O trabalho realizado pelo grupo será disponibilizado aos integrantes posteriormente em arquivo digital.

Para participar de ambas as oficinas, as inscrições devem ser feitas gratuitamente pelo site oficial do FIPC www.pequenocineasta.com.br.

A cerimônia de encerramento acontece dia 19 de maio, no CCBB, com a premiação e exibição dos filmes vencedores em sessão aberta ao público.

Com intuito de ampliar a participação das crianças e jovens de todo o Brasil, o FIPC criou uma plataforma virtual que permite acesso gratuito à sua programação para todas as escolas públicas e privadas do país. Através do sistema, os alunos podem assistir às mostras competitivas e participar da votação do júri popular sem sair da sala de aula.

Com a iniciativa, além de fomentar a formação de plateias, o festival busca democratizar o acesso à cultura e promover o debate sobre temas atuais dentro de sala através do cinema. Na última edição presencial, em 2019, o evento contou com a participação de 82 instituições de ensino, totalizando 11.500 crianças e jovens participando ativamente do Júri Popular. As instituições de ensino interessadas poderão se inscrever por meio deste link, onde também está disponível a programação completa do festival.

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