IMS Paulista exibe filmografia completa de Jorge Bodanzky

Foto: Filmagens de “Jari”, de Jorge Bodanzky e Wolf Gauer

Aos 81 anos, cerca de 60 deles dedicados ao cinema, Jorge Bodanzky ocupa um lugar importante na produção de imagens do e sobre o Brasil. Em 2024, o IMS Paulista dedica especial atenção à obra de Bodanzky como cineasta, diretor de fotografia e repórter na mostra de filmes As Câmeras de Bodanzky, em cartaz no Cinema do IMS, com programas mensais. A retrospectiva dialoga com a exposição Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira, 1964-1985, em cartaz até 28 de julho no IMS Paulista.

A mostra será aberta dia 23 de abril, às 19h, com as exibições do curta “Limites do Diáfano” (material de arquivo de Bodanzky roteirizado e montado por Ewerton Belico e Luiz Pretti), do curta “Caminhos de Valderez” (1971) e do longa “Jari” (1979), seguidas de debate com Jorge Bodanzky, Ewerton Belico e Kleber Mendonça Filho, coordenador do Cinema do IMS.

Bodanzky assinou a fotografia de trabalhos de diretores como Maurice Capovilla (“O Profeta da Fome”, 1970, também com exibição programada), José Agrippino de Paula, Héctor Babenco e Roberto Farias. Produziu uma série de imagens sobre a Amazônia e a América Latina, diversas delas em parceria com a televisão alemã, além de filmes paradigmáticos no cinema brasileiro, como “Iracema: uma Transa Amazônica” (1974) e “Terceiro Milênio” (1980). Ambos estão na mostra, ao lado do longa de ficção “Os Muckers” (1978, codireção de Wolf Gauer) e os documentários “Pandemonium” (2010) e “No Meio do Rio, entre as Árvores” (2015). Trabalhou nos mais diversos formatos, dos analógicos 8 mm, 16 mm e 35 mm aos digitais, em câmera profissional e celular, e segue legando trabalhos, como o recente longa-metragem “Amazônia, a Nova Minamata?” (2022, também na mostra), que documenta a saga do povo Munduruku para conter a contaminação de mercúrio que ameaça a saúde dos habitantes da floresta.

Ao longo de quatro meses, o Cinema do IMS apresenta uma seleção dessa obra, com cerca de 20 filmes. São cópias analógicas e digitais, em materiais de acervo e digitalizações inéditas. Codirigido por Orlando Senna, “Iracema” é uma das atrações da retrospectiva e será exibido em datas ainda a serem anunciadas.

A mostra traz ainda quatro curtas-metragens inéditos comissionados especialmente para esta ocasião. São exercícios de edição realizados pelos cineastas Ewerton Belico, Luiz Pretti e Ricardo Pretti a partir do arquivo de filmes super-8 de Bodanzky, preservado pelo IMS. Compilados com o título “Limites do Diáfano”, os curtas exploram temas sugeridos pela curadoria da retrospectiva, como Amazônia, política e vida doméstica.

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