“A Filha do Palhaço”, Demick Lopes e Jesuíta Barbosa, aborda a ausência paterna

De acordo com a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), em 2023, dos 2,5 milhões nascidos no Brasil, 172,2 mil têm pais ausentes — quantidade 5% maior do que o registrado em 2022, de 162,8 mil. Esta problemática é ponto chave no novo longa de Pedro Diogenes, “A Filha do Palhaço”, que chega aos cinemas em 30 de maio, pela Embaúba Filmes.

Ganhador do principal prêmio na Mostra de Cinema de Gostoso e do prêmio de público na Mostra de Tiradentes, o longa é protagonizado pela estreante Lis Sutter e Demick Lopes, e tem também no elenco Jesuíta Barbosa, Jupyra Carvalho, Ana Luiza Rios e Valéria Vitoriano, entre outros. A trama traz como personagem principal, Joana, uma adolescente que vai passar uma semana com seu pai, Renato, um humorista que interpreta uma personagem chamada Silvanelly. Esse tempo juntos será a oportunidade para se conhecerem melhor, enquanto a vida de ambos passa por grandes transformações.

Renato não conhece bem sua filha, que cresceu longe do pai. Joana tem muitas perguntas, e Renato não está preparado para responder a todas elas. Ele vive o dilema de ter que subir num palco e fazer os outros rirem, enquanto passa por diversos conflitos internos com relação à paternidade e como revelar sua sexualidade para a filha adolescente. Na construção desse personagem, Demick Lopes trabalhou com as preparadoras de elenco Samya de Lavor e Elisa Porto, para chegar a esses dois lados quase que como duas personagens diferentes: Renato e Silvanelly.

Desde a escrita do roteiro, Diogenes já tinha em mente Demick Lopes para viver Renato/Silvanelly. Já Lis Sutter chegou ao filme por um processo de casting em toda a cidade de Fortaleza.

“A Filha do Palhaço” foi construído, segundo o diretor, de forma coletiva num processo de criação de muita troca e escuta. Foi um mergulho intenso no universo da adolescente e do humorista. O roteiro, escrito por Diogenes, Amanda Pontes e Michelline Helena, concentra-se no estabelecimento dos laços entre Renato e Joana, que apesar de pai e filha, são como dois estranhos.

Para construir o personagem, Lopes conta que conversou muito com o diretor, e, coincidentemente, ambos tiveram filhos na mesma época, e passaram pelos mesmos desafios e angústias da paternidade.

O filme teve sua primeira exibição na noite de abertura do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, e, desde então, foi exibido em festivais por todo o país.

O longa cearense terá pré-estreia gratuita em São Paulo, no dia 28 de maio, com presença especial do diretor Pedro Diogenes e do ator Jesuíta Barbosa. A sessão acontece às 20h no CineSesc. O filme conta com produção da Marrevolto Filmes, em associação com a Pique-Bandeira Filmes.

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