Festival Ecrã exibe filmes e instalação audiovisual pela primeira vez no Arte Sesc

Pela primeira vez no Espaço Cultural Arte Sesc (Rua Marquês de Abrantes, 99, Flamengo, Rio de Janeiro), o Festival Ecrã chega à oitava edição com destaques internacionais do cinema experimental, exibidos em diversos festivais e eventos pelo mundo. Com filmes e videoartes premiadas, instalações e performances de relevância no mundo das artes audiovisuais e presença de realizadores, a etapa presencial do evento vai acontecer nos dias 28 e 29 de junho. A entrada é gratuita.

O Ecrã traz, pela primeira vez no Brasil, exibições dos filmes do realizador canadense Kurt Walker. Vencedor do prêmio de melhor filme do DocLisboa, por seu longa-metragem de estreia “Hit 2 Pass” (foto, 2014), e o grande prêmio do Festival du Noveau Cinèma em Montreal, por seu curta “Eu Pensei no Mundo de Você” (2022), Kurt virá ao Rio de Janeiro para apresentar os seus filmes e participará de bate-papos com o público, mediados pelo pesquisador e professor Wilson Oliveira Filho e pelo crítico de cinema Filipe Furtado, no Arte Sesc. Além desses filmes, o Ecrã exibirá também o média-metragem “s01e03” (2020) e o curta-metragem “Gargoyle” (2017).

O Arte Sesc vai exibir ainda “Hastes Flexíveis com Pontas de Algodão”, de Pedro Gui e Dostoiewski Champagnette, que narra, com tons fantásticos e humor ácido, a história de uma família presa em casa à beira de um colapso que nos remete a Cronenberg e ao cinema grego contemporâneo. “Rapacidade” (2023), de Julia De Simone e Ricardo Pretti, analisa as mudanças da região portuária do Rio, construída pelo interesse de uma hegemonia política. “Paixão Sinistra” (2024), do jovem realizador carioca João Pedro Faro, exibido em Tiradentes, aproveita o dispositivo para criar licenças e códigos, em um thriller que se passa nas ruas do Rio de Janeiro.

Direto dos festivais de Berlim e Tiradentes, Janaína Wagner também retorna com seu novo filme, “Quebrante”. O realismo que flerta com o fantástico dessa diretora encontra coro em “A Espera Reclusa Perante as Montanhas”, de Enrico Alchmin, que encontra, numa estrada noturna vazia e no olhar das vacas ao redor, uma paisagem justa para o evocativo título de Cesare Pavese. Já “A sua Imagem na minha Caixa de Correio”, de Silvino Mendonça, constrói um retrato íntimo através das cartas e recortes de uma revista de cinema e a relação dos fãs com seus objetos de culto.

Com estreias que vão se afunilando de mundiais a brasileiras, o Ecrã vai expor instalações presencialmente e levará uma arte interativa para seu streaming. O Arte Sesc, no Flamengo, recebe a seleção de realidade virtual da edição. O equipamento dos óculos de realidade virtual terá interação do visor com seus controles de mão, explorando o pós-humanismo através da prática budista Patikulamanasikara (que dá nome à obra).

Além das tradicionais mesas-redondas após as sessões de filmes brasileiros – e, este ano, após as sessões dos filmes de Kurt Walker –, o Ecrã oferecerá uma palestra gratuita no Arte Sesc: “A crítica cinematográfica e a prática experimental”, mediada pelo crítico de cinema Filipe Furtado, no dia 29/06.

O Festival Ecrã será realizado de 27 a 30 de junho (etapa presencial) e de 4 a 7 de julho (etapa online). Além do Arte Sesc, a etapa presencial será realizada também na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ) e no Estação NET Botafogo. Mais estão disponíveis em festivalecra.com.br.

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