Uranium Film Festival tem inscrições abertas e edital voltado aos estudantes
O ano de 2025 marcará o 80º aniversário da explosão da primeira bomba atômica nos EUA e a subsequente destruição nuclear de Hiroshima e Nagasaki. O International Uranium Film Festival (IUFF), fundado em 2010, no Rio de Janeiro, também conhecido como Festival de Cinema da Era Atômica, convida cineastas a inscreverem seus trabalhos em língua portuguesa para sua 14ª edição, que acontecerá neste ano comemorativo de 2025, de 17 a 31 de maio, na Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. As inscrições ficam abertas até 15 de fevereiro, através do link https://uraniumfilmfestival.org/pt-br/inscricoes-de-filmes.
Para o ano de 2025 também, estudantes (até 19 anos) e seus professores (em qualquer disciplina), poderão fazer o primeiro filme sobre a tema do festival, que é a energia nuclear, armas nucleares e uso e riscos da radioatividade em geral, podendo ser documentário, ficção ou animação. O tema da radioatividade é muito mais amplo do que se pensa. Elementos radioativos, como os radioisótopos, se encontram não apenas numa usina nuclear ou numa mineração de urânio. Na área médica, por exemplo, radioisótopos são usados principalmente para obter diagnósticos. Segundo dados da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear), cerca de 2 milhões de exames com a utilização de radioisótopos são feitos anualmente no Brasil.
Na indústria, a radioatividade é usada, por exemplo, para identificar minas de pedras preciosas e para o tratamento e a valorização comercial dessas pedras. Na agricultura, a radioatividade permite o estudo do metabolismo das plantas e a produção de insetos estéreis, o que possibilita o desenvolvimento de técnicas de eliminação de pragas sem o uso de inseticidas.
Os radioisótopos também são utilizados na irradiação de alimentos. Essa técnica aumenta o tempo de conservação dos alimentos, ao destruir bactérias, fungos e outros microrganismos em produtos embalados. Em frutas e legumes, a irradiação quebra hormônios do amadurecimento, o que retarda esse processo e aumenta o tempo para consumo.
Poucas pessoas sabem que a indústria do petróleo e gás é responsável pela liberação e exposição à radioatividade de materiais radioativos resultantes das atividades de perfuração. A produção de petróleo e gás também envolve a utilização de vários tipos de radiação.
Também temos o risco do Radônio. Este elemento radioativo é encontrado em rochas, areias monazíticas, solos e materiais de construção que contêm Urânio, Tório e Rádio. Materiais de construção civil e ornamentação (pisos e paredes em granito) podem acrescentar doses extras de radiação. E, nestes casos, não percebemos a radiação, porque o gás radônio e seus subprodutos são incolores, insípidos e inodoros. O radônio e seus elementos-filhos são reconhecidos pela Organização Mundial de Saúde como o segundo maior causador de câncer de pulmão.
Também não podemos esquecer o risco de acidentes com elementos radioativos, como o acidente com o Césio 137, ocorrido em 1987, em Goiânia. Recentemente, no dia 30 de junho, um carro com cinco galões de material radioativo foi furtado em São Paulo. A polícia, pouco mais tarde, encontrou um dos cinco galões do material radioativo furtado em um local de desmanche de veículos roubados. Em 2012, um grupo de assaltantes roubou um automóvel no Rio de Janeiro que transportava uma cápsula com material radioativo. Depois de uma intensa busca, o carro com material radioativo – que pode matar – foi encontrado no subúrbio do Rio, em Cordovil, na Cidade Alta. Estes são apenas alguns exemplos que podem virar filme.
O edital desta chamada para os filmes estudantis e a ficha de inscrição estão disponíveis em https://forms.gle/MwJJAVdZUWksuCXb8.
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