“Ainda Estou Aqui” recebe duas indicações no OFTA Film Awards, nos Estados Unidos

“Ainda Estou Aqui” chegou aos cinemas da Itália abraçado pela crítica e pelo público. Com 130 cópias, o filme de Walter Salles entrou para o top 10 do fim de semana e ainda garantiu a melhor média de renda por cinema. O desempenho, assim como em demais mercados, reflete tanto a crescente repercussão durante a temporada de premiações quanto o apreço da crítica especializada pela produção.

Roberto Nepoti, do La Repubblica, principal jornal italiano, definiu a performance de Fernanda Torres como “excelente”, e Ilaria Ravarino, do Il Messaggero, comparou Torres à Anna Magnani, italiana vencedora do Oscar de Melhor Atriz por “A Rosa Tatuada”. Igiaba Scego, do La Stampa, disse que “Fernanda Torres teve uma atuação perfeita”. Para Paolo Mereghetti, do Corriere della Sera, o filme mostra “uma mãe corajosa, armada apenas com sua própria calma, a quem Fernanda Torres oferece uma das atuações mais intensas da sua longa e aplaudida carreira”. Na Donna Moderna, principal revista voltada para o público feminino italiano, Michela Gattermayer também elogiou: “o filme do cineasta brasileiro Walter Salles é um dos melhores do ano”.

Entre as novidades internacionais de “Ainda Estou Aqui” estão ainda as novas indicações na temporada de premiações: Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz (Fernanda Torres), no OFTA Film Awards. Neste domingo, 8/02, o filme representa o Brasil no Goya, disputando o prêmio de Melhor Filme Ibero-Americano. No sábado, concorre ao Critics Choice Awards de Melhor Filme Internacional.

Em sua 13ª semana em cartaz, ocupando 830 salas, “Ainda Estou Aqui” segue forte nas bilheterias brasileiras, e voltou a liderar o ranking do fim de semana. Após as indicações ao Oscar, o filme ganhou novo impulso e agora totaliza 4,1 milhões de espectadores. Com esse desempenho, a produção se consolida como o maior filme brasileiro lançado nos cinemas após a pandemia.

Mundialmente, espectadores e crítica seguem abraçando o filme, que recebeu o selo “Must See” no Metacritic. Além dele, apenas outros três títulos indicados a Melhor Filme no Oscar receberam essa marca. Entre os concorrentes a principal estatueta da premiação, “Ainda Estou Aqui” se destaca com os maiores índices no Rotten Tomatoes, onde conta com aprovação de 95% da crítica especializada, e 98%, do público, e no Letterboxd, com 4,4 estrelas (de 5).

Depois de ter sua estreia mundial em Veneza e ter uma sessão especial em Roma com a presença e debate de Walter Salles, Fernanda Torres e a atriz italiana Valeria Golino, que foi transmitida para mais de 10 cinemas por toda na Itália, o filme estreou ontem e foi bem recebido pela imprensa local. A nova fase de lançamento internacional do longa chega à América Latina nas próximas semanas, com abertura confirmada para o dia 6 de fevereiro no México, Chile, Venezuela e Bolívia. No dia 13, é a vez da abertura na Colômbia e, no dia 20 de fevereiro, quem recebe a estreia é Argentina, Peru, Uruguai, República Dominicana e Equador. Para além da América Latina, o filme também chega em fevereiro na Inglaterra e Espanha (21 de fevereiro), e na Austrália (27 de fevereiro).

Selecionado para mais de 50 festivais nacionais e internacionais, “Ainda Estou Aqui” já recebeu 27 prêmios nacionais e internacionais, incluindo cinco prêmios de Melhor Filme segundo o Júri Popular: no Festival Internacional de Cinema de Miami; 48ª Mostra de S. Paulo; Festival Internacional de Cinema de Vancouver, no Canadá; Festival de Cinema de Mill Valley, nos Estados Unidos; e Festival de Pessac, na França, onde também recebeu o Prêmio Danielle Le Roy, dado pelo júri jovem. O filme já foi exibido em festivais de mais de 20 países e a lista inclui Itália, Canadá, França, Estados Unidos, China, Suíça, Inglaterra, Turquia, Áustria, Portugal, Espanha, Marrocos, Egito, Alemanha, Estônia, Eslovênia, Sérvia, Bulgária, Irlanda, Austrália e Holanda.

Em sua trajetória em festivais internacionais, as novas paradas de “Ainda Estou Aqui” são no Festival Internacional de Cinema de Roterdã, que acontece na Holanda entre 30 de janeiro e 9 de fevereiro, e no FICPunta (Festival Internacional de Cine de Punta del Este), onde será o filme de abertura do evento, que acontece de 15 a 21 de fevereiro na cidade uruguaia.

Além das premiações em que concorre neste fim de semana, “Ainda Estou Aqui” disputa, no dia 16 de fevereiro, o BAFTA (maior premiação do cinema britânico, concedida pela Academia Britânica de Cinema e Televisão) de Melhor Filme em Língua Não Inglesa. E a lista de indicações continua:

  • 09/02 – ICS Award: Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Roteiro Adaptado (Murilo Hauser e Heitor Lorega)
  • 10/02 – Gold Derby Film Awards: Melhor Filme, Melhor Atriz (Fernanda Torres), Melhor Roteiro Adaptado (Murilo Hauser e Heitor Lorega) e Melhor Filme Internacional
  • 13/02 – Dorian Awards: Melhor Filme em Língua Não Inglesa do Ano
  • 17/02 – Latino Entertainment Film Awards: Melhor Filme; Melhor Diretor (Walter Salles); Melhor Atriz (Fernanda Torres); Melhor Roteiro Adaptado (Murilo Hauser e Heitor Lorega); Melhor Filme em Língua Não Inglesa; Melhor Fotografia (Adrian Teijido); e Melhor Montagem (Affonso Gonçalves).
  • 23/02 – OFTA Film Award: Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz (Fernanda Torres)

“Ainda Estou Aqui” foi também um dos 20 títulos selecionados pela BBC para a prestigiosa lista de melhores filmes de 2024, foi escolhido por um júri de 100 jornalistas como o Melhor Filme de 2024 pela Revista Exame no Brasil, e reconhecido pela revista Hollywood Reporter como um dos dez melhores filmes de 2024.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família, “Ainda Estou Aqui” é uma coprodução Brasil-França, e é o primeiro filme Original Globoplay, produzido por VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com ARTE France e Conspiração, e tem distribuição nacional da Sony Pictures.

2 thoughts on ““Ainda Estou Aqui” recebe duas indicações no OFTA Film Awards, nos Estados Unidos

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  • 4 de fevereiro de 2025 em 15:55
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    É preciso respeitar tanto a história, quanto as organizações, bem como as pessoas que tombaram na luta por um ideal de país melhor enfrentando a um Estado que fora tomado de assalto pelo arbítrio e autoritarismo; por esta razão, o Estado brasileiro através do seu contribuinte, anos depois, foi condenado a indenizar as pessoas penalizadas pelo regime. No entanto, este Estado arbitrário, ficou invisível no filme! Em “Ainda Estou Aqui”, aquele Estado que foi condenado pela história, fica parecendo uma ação isolada por parte de alguns militares “malvados”; as várias tendências tinham suas linhas de pensamento que podem ser desprezíveis para a indústria cultural, mas, não para aquela geração que foi às últimas consequências contra um sistema que ficou despercebido no filme. Outra coisa, cantores perseguidos pela ditadura, não tem como deixar de fora: Odair José e Taiguara… A filha Verônica chega em casa aborrecida pelo comportamento que ela considerou agressivo por parte dos policiais da PE numa blitz, lembrando que no carro em que ela estava, alguns faziam uso da ganja, naqueles tempos, questão de segurança nacional, mas, a cena não mostra como os jovens se livraram da ganja para passar pela blitz, e eis que quando ela termina de narrar, a mãe explica, quase que justificando: “seqüestraram outro embaixador”! Conforme o roteiro do filme, o embaixador seqüestrado, foi o alemão e, conforme a farta referência historiográfica, foi o embaixador suíço, numa ação da VPR, que neste momento, ainda tinha em suas fileiras o Cabo Anselmo, ação foi comandada por Lamarca e, no início de dezembro de 1970. A luta da Eunice Paiva, foi reduzida ao anacronismo do que nos dias atuais é considerado luta da mulher, será que ela foi indiferente ao Movimento Feminino pela Anistia? Ou ao próprio mov da Anistia?

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