35º Cine Ceará anuncia seleção de longas ibero-americanos e curtas brasileiros em competição

Foto: “Gravidade”, de Leo Tabosa © Petrus Cariry

Seis filmes inéditos no Brasil foram selecionados para a Mostra Competitiva Ibero-americana de Longa-metragem do 35° Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema. Dois deles são de diretores brasileiros – o pernambucano Leo Tabosa (“Nova Iorque”) e a carioca Emília Silveira (“Silêncio no Estúdio”). Também na mostra estão longas do Equador, Porto Rico e coproduções Cuba/Espanha e Uruguai/Argentina/Espanha que, antes de chegarem ao Brasil, tiveram uma trajetória de sucesso em festivais internacionais, como Veneza, Tribeca, IDFA e Guadalajara. Os filmes foram selecionados entre 329 inscritos na mostra este ano. Para a Competitiva Brasileira de Curta-metragem, foram escolhidas dez produções entre 1.172 inscritos.

Na Mostra Competitiva Ibero-americana de Longa-metragem, o Brasil está representado com a ficção “Gravidade”, de Leo Tabosa, e o documentário “Do Outro Lado do Pavilhão”, de Emília Silveira. Ambos, terão sua première mundial no festival. O filme de Leo aborda um drama familiar ambientado às vésperas do fim do mundo; o de Emília acompanha duas mulheres em liberdade condicional que compartilham relatos sobre a vida na prisão, enquanto enfrentam uma rotina cruel com coragem e humor.

Entre os outros longas da mostra estão as ficções “Esta Isla”, produção de Porto Rico, de Lorraine Jones e Cristian Carretero, vencedora de três prêmios no Festival de Tribeca, em Nova York – Menção Honrosa na categoria Melhor Longa-Metragem Narrativo dos EUA, Melhor Novo Diretor de Narrativa e Melhor Direção de Fotografia para Cedric Cheung-Lau; e “Um Cabo Solto” (Un Cabo Suelto), coprodução Uruguai/Argentina/Espanha, de Daniel Hendler, que vai estrear mundialmente na 82ª edição do Festival de Veneza.

No filme da dupla Lorraine e Carretero, um adolescente e seu irmão vivem da pesca, mas acabam se envolvendo em negócios ilegais que prometem dinheiro fácil; no de Hendler, um cabo argentino fugitivo encontra refúgio no Uruguai e tem a chance de reconstruir a vida e encontrar o amor.

Já no campo dos documentários estão “Ao Oeste, em Zapata” (Al Oeste, en Zapata), coprodução Cuba/Espanha, de David Beltrán i Mari, vencedor do prêmio CineVision no Festival de Cinema de Munique, de dois prêmios no festival suíço Visions du Réel, além de ter sido exibido no DokuFest, no Kosovo, e no Festival de Lima, no Peru; e o equatoriano “Eco de Luz”, de Misha Vallejo, que terá a sua première brasileira no Cine Ceará e foi exibido no Festival Internacional de Cinema de Cartagena das Índias, no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA) e no Festival de Cinema de Guadalajara.

O longa dirigido por Beltrán acompanha os desafios de uma família que vive em uma região pantanosa ao sul de Cuba, enquanto o país passa por um mal-estar social e uma pandemia mundial. O de Misha é centrado na história da família do próprio diretor, que também é fotógrafo e usa a câmera do avô para tentar se conectar com esse homem que ele nunca conheceu.

Três produções cearenses estão na Competitiva Brasileira de Curta-metragem, o documentário “Amores na Pasajen”, de Daniele Ellery, e as ficções “Fogos de Artifício”, de Andreia Pires, e “Peixe Morto”, de João Fontenele. De São Paulo, duas produções estão na mostra, as ficções “Brincadeira de Criança”, de João Toldi, e “Minha Mãe é uma Vaca”, de Moara Passoni (MT/SP), filme que, em 2024, foi exibido na mostra competitiva Orizzonti do Festival de Veneza, e já em 2025 conquistou o prêmio de melhor filme do festival Bafici, na Argentina.

Também estão entre os curtas brasileiros selecionados as ficções “Canto”, de Danilo Daher (GO), “Boi de Salto”, de Tássia Araújo (PI), e “O Amor Não Cabe na Sala”, de Marcelo Matos de Oliveira e Wallace Nogueira (BA), filme vencedor em vários festivais como Zinegoak, International LGTBIQ+ Film and Performing Arts Festival, Bogota Short Film Festival e Curta Cinema – Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro. Fechando a lista de curtas da Mostra Competitiva Brasileira, foram selecionados os documentários “Réquiem para Moïse”, de Caio Barretto Briso e Susanna Lira (RJ), e “Thayara”, de Mila Leão (PR).

O 35° Cine Ceará acontece de 20 a 26 de setembro, em Fortaleza, com exibições no Cineteatro São Luiz e no Cinema do Dragão, equipamento da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult/CE), gerido pelo Instituto Dragão do Mar (IDM). Além das mostras competitivas Ibero-americana de Longa-metragem, Brasileira de Curta-metragem e Olhar do Ceará, o festival realiza Exibições Especiais, Mostras Sociais, debates e homenagens. Toda a programação tem acesso gratuito.

Os participantes da Mostra Competitiva Ibero-americana de Longa-metragem disputam o Troféu Mucuripe, concedido aos vencedores nas categorias: Melhor Longa-metragem, Direção, Atuação Principal, Atuação Coadjuvante, Roteiro, Fotografia, Montagem, Trilha Sonora Original, Som, Direção de Arte e Prêmio da Crítica. O Melhor Longa da Mostra, eleito pelo Júri Oficial, recebe prêmio no valor de R$ 40 mil, pago sob a forma de recursos para distribuição da obra no Brasil, dentro dos critérios do regulamento.

Na Mostra Competitiva Brasileira de Curta-metragem, o Troféu Mucuripe é concedido aos vencedores nas categorias de Melhor Curta-metragem, Direção, Roteiro e Prêmio da Crítica. Além disso, os curtas da mostra disputam também o Prêmio Canal Brasil de Curtas, que é concedido ao Melhor Curta-metragem. O prêmio tem o objetivo de estimular a nova geração de cineastas. O vencedor é escolhido por um júri composto por críticos e jornalistas especializados em cinema.

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