FAM mostra processo de construção do livro “Operação Massacre”, de Rodolfo Walsh, e promove reencontro de cineasta francês com família paraguaia em “O Tempo do Sol”

Foto: Paula de Luque, diretora de “Escritor”

Por Maria do Rosário Caetano, de Florianópolis (SC)

Dois filmes — o argentino “Escritor”, de Paula de Luque, e o paraguaio “Kuarahy Ára – El Tiempo del Sol”, de Hugo Gamarra Etcheverry — destacaram-se nos primeiros dias da mostra competitiva do FAM (Florianópolis Audiovisual MercoSul) e motivaram vibrantes debates.

O festival catarinense realiza sua vigésima-nona edição até esta quarta-feira, 10 de agosto, quando serão entregues os Troféus Bernúncia (ser fantasmagórico da cultura açoriana) aos vencedores.

A ficção “Escritor” recria, em clima noir e sugestivo preto-e-branco, a gênese de um dos mais famosos romances de não-ficção da América Latina — “Operação Massacre”, de Rodolfo Walsh. Lançado na Argentina em 1957 (e no Brasil em caprichada edição da Companhia das Letras, 58 anos depois), o livro é reconhecido, hoje, como pioneiro no terreno do jornalismo literário. Afinal, antecedeu em nove anos o festejadíssimo “A Sangue Frio”, romance de não-ficção, que faria a fama de Truman Capote e seria estabelecido como marco do gênero.

Estudiosos e praticantes do jornalismo literário, incluindo Ruy Castro, autor de sólido posfácio à edição brasileira de “Operação Massacre”, devolvem a Walsh o pioneirismo atribuído a Capote. Mais que um livro-reportagem, a obra argentina seria reconhecida por Ricardo Piglia como “um dos grandes textos de literatura documental da América Latina”.

Walsh, afinal, dominava o dom da escrita. Quando narrou o massacre de civis na convulsiva Argentina que depusera Juan Domingo Perón (1895-1974), ele já contava com um livro, “Variaciones en Rojo”, reconhecido e premiado.

Em 1971, o romance de não-ficção de Walsh, argentino de ascendência irlandesa, seria transformado em filme dirigido por Jorge Cédron (1942-1980). O escritor assinaria o roteiro e aprovaria o acréscimo de sequência final concebida para mobilizar forças peronistas. Inclusive aquelas dispostas a recorrer à luta armada em nome do socialismo.

Só que cinco anos depois, em 1976, um golpe de estado iria depor a presidenta Isabelita Perón e implantar ditadura militar que só chegaria a termo em 1983. Ditadura que, um ano depois de implantada, mataria Rodolfo Walsh, ligado às FAP (Forças Armadas Peronistas) e, depois, aos Montoneros.

Passados mais de 70 anos da publicação do livro de Rodolfo Walsh e 54 da realização do filme de Cedrón, Paula de Luque resolveu reviver a tragédia ocorrida em 1956. Perón fôra deposto pela “Revolución Libertadora”, na verdade um golpe de estado comandado pelo General Pedro Eugenio Aramburu. Caberia ao novo governo desmontar o peronismo. Mas seu braço militar não o considerou “duro” o suficiente para “transformar  o necessário desmonte em realidade”. Por isso, haveria um endurecimento do regime em 13 de novembro de 1955.

No ano seguinte, entre os dias 9 e 12 de junho, segmento fiel a Perón, vindo de dentro das Forças Armadas, promoveu sublevação liderada por Raul Tanco e Juan José Valle. Com a firme intenção de exterminar a capilaridade do peronismo no corpo social argentino, forças policiais fiéis a Aramburu caçaram e fuzilaram militares e, também, grupo de civis, composto de simpatizantes do presidente deposto.

O oitavo longa-metragem de Paula de Luque começa num bar, onde pessoas não identificadas jogam xadrez. Policiais, fortemente armados, chegam e ameaçam os presentes. Um deles, saberemos em seguida, é o jornalista e escritor Rodolfo Walsh, de 29 anos (interpretado por Diego Cremonesi, de “Vermelho Sol”). Ele abandona o local conflagrado e regressa ao lar, onde o esperam a esposa, Elina (Carla Pandolfi), e duas filhas pequenas, Victoria e Patrícia.

Cenas do fuzilamento dos civis serão mostradas na tela. O inquieto Walsh saberá da existência de um sobrevivente da chacina. Irá procurá-lo e dele ouvirá relato do que se passara num subúrbio de Buenos Aires. Saberá mais: havia outros sobreviventes.

Com apoio de uma amiga, a jornalista Enriqueta Muñiz (Vera Spineta), Walsh iniciará, por conta e risco, investigação que resultará em série de reportagens publicada em jornalzinho sindical, depois na revista Mayoría. E, finalmente, no livro “Operação Massacre – Um Processo que Não Foi Fechado”.

Paula de Luque, diretora da ficção “Juan e Evita, uma História de Amor“ e do documentário “Nestor Kirchner, la Película“, estruturou o roteiro de “Escritor” a partir de fatos reais, mas tomando as liberdades narrativas que julgou necessárias. Criou, inclusive, um discreto triângulo amoroso entre Walsh, sua esposa Elina e sua colega de trabalho Enriqueta.

No debate de “Escritor”, no festival catarinense, Luque lembrou que sonhava filmar a história de Rodolfo Walsh há muitos anos. Depois de intensa pesquisa, realizou uma série  (“Las Bellas Almas de los Verdugos”, 2023), exibida na TV, “em cores e sujeita a concessões narrativas capazes de manter o interesse do público”. Mas, em momento algum, desistiu de realizar um longa-metragem obrigatoriamente “em preto-e-branco” e impregnado em atmosfera noir.

O filme, que ainda não foi lançado na Argentina, faz sua estreia brasileira no FAM. Ele foi assistido por público interessado e motivou questionamentos recorrentes em obras ficcionais que recriam fatos reais.

O que é fictício em “Escritor”? O escritor-jornalista contou, realmente, com a ajuda de uma colega em sua investigação do fuzilamento de simpatizantes de Perón, naquele mês de junho de 1956? Por que tal personagem feminina permaneceu tantas décadas esquecida pela história? O coprotagonismo agora atribuído a Enriqueta Muñiz seria fruto de releitura feminista do processo de escritura do livro de Walsh?

Uma das respostas de Paula de Luque surpreendeu o público. Ela contou que seu roteiro “nascera de forte intuição”. Afinal, pressentira que houvera parceria profissional — e amorosa! — entre o escritor e sua colaboradora.

Com a trama já construída, a cineasta-roteirista tomaria conhecimento da existência de livro organizado por amigos de Enriqueta Muñiz, após a morte dela, ocorrida em 2013. Nascida em Madri, em 1934, ela chegaria adolescente à Argentina. Por sua militância política, seria mandada de volta à Espanha, pelos pais, que temiam por sua vida.

Enriqueta sequenciaria sua carreira como jornalista e escritora em solo espanhol. Seis anos depois de sua morte, suas memórias dos anos da “Operação Massacre” seriam organizadas e publicadas pela influente editora Planeta. No livro “História de uma Investigação”, ela confessou, além do apoio dado a Rodolfo Walsh, a relação amorosa que os uniu.

A cineasta argentina fez questão de explicitar o foco de seu filme — a arriscada investigação do fuzilamento de civis pela forças policiais fiéis a Aramburu e o processo de escrita de “Operação Massacre”. Por isso, ela não se ocupou de outros fatos de grande importância na trajetória de Walsh.

Ele, que não simpatizava com o Perón (até apoiou os primeiros instantes da “Revolución Libertadora”), transformar-se-ia em ativista político e se aproximaria da militância armada peronista. Já consagrado pelo livro “Operação Massacre”, o escritor seria convidado, em 1960, pelo governo revolucionário cubano, a estruturar, junto com Jorge Masetti, a agência Prensa Latina. Essa vibrante passagem da vida de Walsh e, também, sua adesão à guerrilha urbana dos Montoneros não fazem parte do filme.

Paula de Luque mostrará, após imensa elipse de tempo, a morte de Walsh, em 1977, ocorrida depois que ele divulgou, em solitário ato de coragem, “Carta Aberta de um Escritor à Junta Militar”. O texto era encerrado por sua assinatura e o respectivo número de sua identidade civil. O assassinato do escritor o colocaria na imensa lista de desaparecidos políticos da Argentina comandada pelo General Videla e colegas da Marinha e Aeronáutica.

O filme de Paula de Luque há de despertar interesse, principalmente naqueles que leram “Operação Massacre” e conhecem a trágica história de Walsh. Dele e de uma de suas filhas, que também optou pela luta armada e foi assassinada (antes dele).

Vale notar que a história da família Walsh tem semelhança com a de outro escritor — Héctor Oesterheld, criador da história em quadrinho “O Eternauta”, transformada em série protagonizada por Ricardo Darín e disponível na Netflix. Oesterheld também optou pela luta armada e foi assassinado. Ele, suas quatro filhas (Beatriz, Diana, Estela e Marina), assim como um genro.

Quem não conhece a história convulsiva da Argentina do século XX encontrará dificuldades para entender a trama de “Escritor”. Mas, pelo menos, conhecerá o processo de construção do seminal romance de não-ficção argentino, que, se tivesse sido escrito em inglês e publicado originalmente nos EUA, obrigaria a intelligenzia norte-americana a reconhecer que esse gênero literário não nasceu com o “sangue frio” e anglo-saxão de Capote.

Hugo Gamarra Echevary, diretor de “Kuarahy Ára – O Tempo do Sol”

Dos longas-metragens até agora exibidos pelo FAM, o que mais emocionou o público foi “Kuarahy Ára – O Tempo do Sol”, de Hugo Gamarra Echevary, de quem cinéfilos sintonizados com o cinema latino-americano conhecem o documentário “O Portal dos Sonhos”. Neste filme, ele registra a trajetória do escritor Augusto Roa Bastos (1917-2005), detentor do Prêmio Cervantes, autor de “Eu, o Supremo”, “Hijo de Hombre” e “O Livro da Grande Guerra”.

Gamarra, de 69 anos, é mais conhecido como ativista cultural que como cineasta. Afinal, é notável sua dedicação à Cinemateca Paraguaia e ao Festival de Cinema de Assunção. Sua relação com o Brasil é significativa e ele coproduziu o longa-metragem “O Toque do Oboé” (1998), dirigido por Cláudio MacDowell e protagonizado por Paulo Betti.

O novo documentário do realizador paraguaio foi concebido e realizado ao longo de duas décadas. Sim, “O Tempo do Sol” exigiu 20 anos de labuta e muitos arranjos de produção. Com poucos recursos financeiros, Gamarra foi cumprindo, na medida do possível, complexas etapas de seu sonho — promover o encontro de Dominique Dubosc, documentarista francês (nascido na China), com família paraguaia, que ele filmara em 1968.

Tudo seria simples se houvesse dinheiro farto e, principalmente, se os personagens do filme de Dubosc fossem facilmente acessados. Mas as dificuldades pareciam intransponíveis.

Gamarra nunca esquecera as imagens do documentário “Lo que Ve el Sol”, que assistira na juventude. Firme em seu propósito de resgatar o filme francês, ele procurou, no Departamento de Identificação do Paraguai, as certidões de nascimento dos integrantes da família Cabral Pereira, formada por pai, mãe e dez filhos, moradores da zona rural da pequena Abaí. Hoje, o município conta com 26 mil habitantes. Mas a busca do cineasta não resultou em pistas animadoras.

Até que um dia, a sorte o favoreceu. Em visita a Buenos Aires para acertos de programação do Festival de Cinema de Asunción, contou ao adido cultural da Embaixada Paraguaia, Gilberto Santa Cruz, que buscava os personagens filmados por Dubosc. Santa Cruz lhe contou, de pronto, que era originário em Abaí e se lembrava das filmagens realizadas pelo francês. Inclusive, fôra colega de escola de Javier, um dos filhos do casal retratado em “Lo que Ve el Sol”. Localizado o primeiro Cabral Pereira, encontrar os outros irmãos foi questão de tempo (os pais já haviam morrido).

Gamarra conseguiu ir a Paris e lá filmou seu primeiro encontro com Dominique Dubosc. Que narrou os fatos políticos que o haviam levado ao Paraguai, definido pelo então ministro da Cultura André Malraux como “um país fora do tempo”.

“Como eu não queria participar da Guerra da Argélia, fugi do serviço militar. Com ajuda de Malraux, consegui ser enviado ao país latino-americano, onde prestaria serviços à França. Um desses serviços me colocou como um dos encarregados da organização de Mostra de Cinema Francês, que seria prestigiada pelo presidente-visitante, Charles de Gaulle, e pelo anfitrião, Alfredo Stroessner. Só que, na hora da exibição, o projecionista errou a mão e a projeção se fez pelo formato anamórfico (lentes anamórficas comprimem as imagens). De Gaulle, um gigante, teve sua imagem achatada, mas pior foi a imagem de Strossner, que ficou parecendo um anão. Pensei que eu morreria ali, frente ao tamanho do vexame.

No Paraguai, Dubosc ainda faria um segundo documentário (“Manojhara”), com filmagens num leprosário, até regressar à França e seguir sua trajetória como documentarista. Filmou na Índia e em outros países do Terceiro Mundo, mas jamais regressara ao Paraguai.

Durante a primeira visita de Gamarra a Paris, Dubosc aceitou o convite para regressar ao país latino-americano. E para encontrar-se com a família que filmara décadas atrás. O que foi feito. Além de conversar e dançar ritmos paraguaios, o francês e sua esposa saborearam farto almoço típico, tomaram tererê e assistiram à projeção do filme. Os dez filhos de Don Amado e esposa eram, agora, homens feitos.

Com o material colhido em Paris e no encontro em solo paraguaio em mãos, Gamarra recorreu à ajuda de seu montador Mana García. Juntos, eles construíram os 87 minutos de “O Tempo do Sol”. E o fizeram com grande sensibilidade, somando trechos de filmes dos Irmãos Lumière, de Buster Keaton, de Dziga Vertov (“O Homem e sua Câmara”) e de Charles Chaplin (“O Bombeiro”). Estas imagens compõem um todo harmônico e evocativo, uma declaração de amor ao cinema, à memória, ao “tempo do sol”. Além dos poéticos trechos do filme-matriz de Dominique Dubosc veremos vistoso (e solene) cinejornal que documentou a visita do grandalhão de Gaulle (1m96) ao ditador Strossner.

As chances de “O Tempo do Sol” ser premiado no FAM são significativas. Este, porém, não é o caso do concorrente venezuelano “Alí Primera”. O filme, representado no festival catarinense por seu diretor, Daniel Yegrez, e por seu protagonista, o cantautor Eduardo González, tem qualidades e defeitos.

Equipe de “Alí Primera”, de Daniel Yegrez, com Marilha Naccari, diretora do festival

A dupla fez (e continua fazendo) a alegria dos participantes do FAM. Conversadores e expansivos como eles só, Daniel e Eduardo apresentaram esta ambiciosa cinebiografia ficcional do cantor folk Alí Primera com breve discurso “em defesa da paz” e “contra as ameaças que os EUA fazem a nosso país, a Venezuela”. Há navios estacionados, a mando do governo Trump, na costa venezuelana.

“Alí Primera” recria, do nascimento ao túmulo, a história de Ely Rafael Primera Rossell, nascido num povoado esquecido da Península de Paraguaná, em 1941. O menino cresceu no seio de família humilde, criada com o modesto soldo do pai, militar de baixa patente. Que seria assassinado por um fugitivo de cadeia à qual prestava serviços, deixando viúva e oito filhos. Sem nenhuma herança, mãe e sua numerosa prole, iriam se abrigar na casa dos avós.

Quatro ou cinco atores mirins interpretam o infante (e o jovem) Alí. Todos com bom rendimento. Mesmo caso do artista na fase adulta, pois o músico Eduardo González tem imensa semelhança física com o astro venezuelano e soube recriá-lo na tela. Por isso, disputará com o argentino Diego Cremonesi, protagonista de “Escritor”, o prêmio especial do júri, caso se opte por atribuir tal láurea ao melhor intérprete do FAM (só dois troféus serão ofertados — melhor filme e um especial do júri, neste caso destinado a uma categoria artística ou técnica).

O filme de Daniel Yegrez começa com a morte, num acidente automobilístico, de Alí Primera, que vivia o auge de sua carreira e lotava estádios. Ele tinha 43 anos naquele fatídico dia 16 de fevereiro de 1985. Dois anos antes, participara de mobilizador “Show pela Paz”, na Nicarágua, ao lado da argentina Mercedes Sosa, do cubano Sílvio Rodriguez, do brasileiro Chico Buarque, entre outros.

Em sua parte derradeira, o longa venezuelano mostra cartaz com a escalação completa das atrações do referido show. Yegrez assegurou que “Chico Buarque era um deles”. Aqueles que tiverem dúvidas — avisou — “devem recorrer ao YouTube, onde há muitos registros do espetáculo” (ocorrido em Manágua, em solidariedade à Revolução Sandinista, que enfrentava guerra civil movida pelos “Contra”).

Daniel Yegres realizou um filme que hibridiza gêneros. Começa como thriller, abraça o sobrenatural ao evocar “Las Ánimas de Guasare” (culto às almas, recorrente na Península de Paraguaná), passeia pelo melodrama, pelo musical e pelo épico. Seus melhores momentos estão nos registros da gente simples que cercou a infância e adolescência de Alí. Os piores, na representação estereotipada do conluio da elite venezuelana com representantes dos EUA e nas cenas de tortura de estudantes rebeldes e encarcerados (entre eles, o futuro cantautor).

O filme, que cultiva o sonho bolivariano de uma Venezuela independente e responsável pela exploração de suas riquezas (em especial, o petróleo), exagera em sua hagiografia a Alí Primera. Ele, desde a adolescência, já se destaca por sua rebeldia. Engraxate, peita um gringo com discurso de adulto experiente. Sua defesa das causas socialistas (ele militou no Partido Comunista da Venezuela) se faz sem contradições.

Além do mais, o filme coloca todas as forças retrógradas da Venezuela contra Alí Primera. Destemido, ele a todos enfrentará. E vencerá. Só não conseguirá vencer aqueles que encomendarão-causarão sua morte prematura. O filme adota a tese de que o artista foi assassinado por suas ideias, por sua militância socialista.

Não há provas de que tal assassinato tenha sido encomendado. Mas o cineasta (e roteirista, em parceria com Carlos Tabares, Eduardo González, Juan Yegres e Álvaro Cáceres) acredita que houve conluio das elites para abreviar a existência do artista. “Muitos não aceitavam as ideias dele e, no nosso entendimento, planejaram sua morte”. Quem quiser “tomar nossa opção narrativa como uma liberdade poética, que assim o faça”.

Daniel Yegres e seu irmão Juan, que além de co-roteirista assume o posto de diretor de fotografia do filme, encontraram em Eduardo González parceiro dos mais entusiasmados. Também co-roteirista e coprodutor, ele vestiu a camisa de “Alí Primero” com prazer contagiante. “Foi uma experiência maravilhosa. Sou músico, não ator, mas me preparei com ‘coach’, que me ajudou muito e me fez compreender que quem atua, atua para seus companheiros. Não para si próprio. Atribuo a esta postura os ótimos desempenhos de todos os atores do nosso filme”.

“Alí Primera” tem cara e estética de superprodução. O diretor Yegres, porém, garante que “só foram consumidos 500 mil dólares, pois o filme contou com muitas parcerias e permutas”. A se acreditar em suas palavras, Alí Primera é “um baluarte cultural federado”, que está acima “das diferenças políticas, pois suas canções calam fundo na alma nacional”.

O filme, ainda segundo Yegres, “vendeu 20 mil ingressos, dado significativo” para um país de menos de 29 milhões de habitantes.

O FAM ainda exibirá duas produções colombianas – “Un Nuevo Amanecer”, de Priscila Padilla, e “Soñé Su Nombre”, de Ángela Carabalí — e uma brasileira, vinda da Bahia, “Aprender a Sonhar”, de Vítor Rocha.

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