Bióloga e ativista americana Janine Benyus aborda a Biomimética em documentário
Foto © David Vêluz
“O que vemos aqui representa menos de 1% das espécies que já passaram pelo planeta. O que sobreviveu foi altamente aperfeiçoado durante 3,8 bilhões de anos de seleção natural”, argumenta a bióloga e ativista americana Janine Benyus em prol do uso das estratégias e conhecimentos da natureza para solucionar problemas gerados pela humanidade e da criação de inovações tecnológicas e sociais eficientes nos mais diversos campos da criação. Este processo de inovação científica é chamado Biomimética, ou Biomimicry Thinking, termo propagado por Benyus e tema do documentário “Biocêntricos”, dirigido por Fernanda Heinz Figueiredo (“Sementes do nosso Quintal”) e Ataliba Benaim (“Saúde S/A”).
O longa, que teve sua estreia mundial na 46ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, entra em cartaz nos cinemas de várias capitais brasileiras no dia 16 de março. “Biocêntricos” é uma produção da Aiuê, produtora que atua há mais de 10 anos com tripé temático da sustentabilidade, educação e cultura, em coprodução com Globonews, Globo Filmes e Spcine. O filme foi viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e estreia no canal em breve.
Com filmagens no Brasil, EUA, Japão e Costa Rica, o longa documental mostra como a bióloga e ativista Janine Benyus influencia a obra de ecologistas, arquitetos, designers, químicos, engenheiros e biólogos com a criação da Biomimética – processo de inovação científica que busca, na evolução da vida na terra, a inspiração de base para solucionar os problemas mais caros à humanidade contemporânea.
Narrado pela própria Janine, o público conhece as motivações e teorias científicas por trás do pensamento dos biomimeticistas, como são chamados os inventores adeptos desta ciência. Acompanhando a rotina de nove personagens em seus campos de atuação, o filme entrelaça suas histórias com imagens da natureza em sua plenitude, mostrando em detalhes desde o funcionamento de uma árvore centenária, que vai muito além de dar sombra ou servir de material para construções, a estratégias sofisticadas de certas espécies de plantas e animais para sobreviverem.
Entre as histórias contadas na tela, estão a dos designers Bruno e Pedro Rutman, que desenvolveram uma forma revolucionária de reflorestamento, a de Benki Piyãko, líder indígena e agente agroflorestal que viaja o mundo promovendo o intercâmbio entre os conhecimentos ancestrais e a ciência moderna e a do engenheiro e observador de pássaros Eiji Nakatsu, que redesenhou o trem bala japonês, reduzindo em 15% o consumo de energia, ao imitar a eficiência de um pássaro, o martim pescador, entre outros seres vivos. Outro personagem marcante é o carioca Fred Gelli, um dos designers mais requisitados do mundo por seu trabalho com marcas e embalagens, e seu discurso que busca extinguir o rótulo de “consumidor” dos seres humanos.
Instituída em 1997 pelo trabalho de Janine Benyus, a Biomimética é um processo multidisciplinar de inovação tecnológica inspirada numa mestra com 3,8 bilhões de anos de experiência: a natureza. A cada ano, diferentes áreas da atividade humana, como arquitetura, engenharia e desenho de produtos, incorporam práticas baseadas nesta ciência, transformando o futuro em um presente mais eficiente e sustentável.
“Biocêntricos” conta com o patrocínio master de marcas como a Natura e Yamaha, patrocínio de Ambipar, Cristália, V2Com e o apoio da Fiesp. A distribuição nos cinemas é realizada pela Aiuê em parceria com a Espaço Filmes. A trilha sonora original do documentário é assinada por Beto Villares, Erico Theobaldo e Fil Pinheiro e ganhará uma playlist no spotify na data de estreia nos cinemas.