Guido Araújo

São Paulo comemorou os 80 anos de Guido Araújo, na noite inaugural do Festival de Cinema Latino-Americano. Guido, documentarista, professor da Universidade Federal da Bahia e criador da Jornada de Cinema de Salvador, cuja quadragésima edição deveria ocorrer este ano, mas não ocorrerá, recebeu das mãos do cineasta João Batista de Andrade, presidente do Memorial da América Latina, troféu que reproduz, em metal, a escultura (em forma de mão) criada por Oscar Niemeyer. Em encontro com o público, Guido lembrou sua iniciação no cinema, que se deu em meados dos anos 50, na Célula Alinor Azevedo. O coletivo, formado por Nélson Pereira, o fotógrafo Hélio Silva, o compositor Zé Ketti, o ator Jece Valadão, o assistente de câmara Ronaldo Ribeiro e o jovem Guido Araújo, escolheu seu nome (informal) em homenagem ao roteirista e fundador da Atlântida Cinematográfica, Alinor Azevedo (1914-1974). O grupo dividia um pequeno apartamento na zona norte do Rio. De lá, coordenou, com poucos recursos, a realização de dois filmes fundamentais para a história do cinema moderno brasileiro, “Rio 40 Graus” (1955) e “Rio Zona Norte” (1957). Guido, que prepara suas memórias em parceria com o compositor e cineasta Jorge Alfredo, vai relembrar suas andanças pela Tchecoeslovaquia (em especial pelo Festival de Karlovy-Vary), a criação do Clube de Cinema (sob a coordenação de Walter da Silveira), a criação da Jornada da Bahia e a realização de seus filmes, os curtas “Feira da Banana”, “Festa de São João no Interior da Bahia”, “Velas do Recôncavo” e “Lambada em Porto Seguro”.

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