Irene Ravache

A atriz brasileira Irene Ravache viveu rica experiência tricontinental: afinal, foi convidada a desempenhar um dos principais papéis do longa ficcional “Yvone Kane”, produção luso-brasileira, filmada em Moçambique, por Margarida Cardoso (a mesma de “Kuxa Kanema”). A atriz, hoje com 72 anos, tem uma longa história no teatro e na TV brasileiros. Desempenhou grandes papéis em telenovelas, como “Sassaricando” e “Belíssima”, ambas de Silvio de Abreu, e em peças de teatro, em especial, em textos escritos por Maria Adelaide Amaral. Sua atividade no cinema começou em 1973, com “Geração em Fuga”, e somou títulos como “Lição de Amor”, “Doramundo”, “Curumim” e “Depois Daquele Baile”.

Curioso que um filme lusitano a tenha presenteado com papel tão denso. Yvonne Kano (Mina Andá-la) é o nome de uma guerrilheira que lutou pela emancipação de Moçambique. Ao lado dela, estava a solidária médica Sara (Irene Ravache). Só que o tempo passou, Sara desgostou-se com os rumos tomados pela Revolução. Tornou-se uma mulher solitária, amargurada, ultrapassada pelo rumo dos acontecimentos político-históricos. Sua filha Rita (Beatriz Batarda) sofre um grande abalo emocional e decide vir a Moçambique visitar Sara e reencontrar suas memórias de infância. Entre elas, está a figura da ex-guerrilheira Yvone Kano, morta em condições suspeitas e encobertas pelo governo. O filme, que participou do Festival do Rio em 2015 e foi exibido na Mostra África(s), tem estreia comercial prevista para 2017. Seus coprodutores brasileiros Alberto Graça e Luciana Boal Marinho, grandes responsáveis pela participação de Irene Ravache no projeto, e defensores de parcerias entre Brasil-Portugal-África, esperam que o filme seja prestigiado pelo público brasileiro. Afinal, ele é fruto de edital público que une a Ancine e o Instituto Português de Cinema.

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