Estação Liberdade

Mario Kubo, 35 anos, é brasileiro por direito, nascimento e documento. Terceira geração de descendente de japoneses (sansei), não tem nenhum contato com a cultura de seus avós, não fala a língua natal da família, tampouco segue filosofias orientais. Em crise no trabalho e no casamento com Elvira, Mario não tem filhos nem planos. Totalmente ocidentalizado, o protagonista se depara com o seguinte dilema: não se sente brasileiro, muito menos japonês.

Logo após o terremoto de 2011 que assolou o Japão com a grande tsunami, Mario recebe uma carta. Toda escrita em ideogramas japoneses – o que o impede de saber seu conteúdo -,  a mensagem é carregada por ele a todo canto. Nesse momento, Mario parece despertar de um longo sono. Essa sua sensação de desencaixe o impulsiona a uma busca – que tem início no bairro da Liberdade.

Desde que o cineasta Caíto Ortiz estreou nas telas com o documentário Motoboys_ Vida Loca, que ganhou prêmio de melhor documentário na Mostra Internacional de Cinema de 2003, o diretor passou a buscar uma história original para se aventurar na ficção. E, assim como no documentarismo, escolheu a trajetória do anti-herói. A miscigenação brasileira, tão celebrada entre sociólogos, parece ter algum ônus, e Mario é um exemplo disso. Como um anfíbio que troca de pele de tempos em tempos, esse “japa”, como é chamado nas ruas da metrópole, parece não caber no próprio corpo. Kubo já não é mais o que acreditava ser, mas ainda não se transformou em um novo homem. E é justamente quando desce do vagão do metrô, no bairro da Liberdade, que ele encontra a ressonância que precisava para detonar a sua mais íntima transformação.

Estação Liberdade tem estreia prevista para o dia 14 de agosto pela distribuidora Elo Company.

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