Mix Brasil reúne 101 filmes em mostra virtual

Por Maria do Rosário Caetano

O Festival Mix Brasil realiza, a partir dessa quarta-feira, 11 de novembro, sua vigésima-oitava edição on-line e gratuita, composta com 101 filmes oriundos de 24 países e complementada com atividades teatrais, musicais, literárias e exposições.

O evento, dedicado à diversidade, à alegria e à tolerância, prossegue até dia 22 de novembro, no espaço virtual, mas haverá sessões cinematográficas presenciais no CineSesc, espetáculos teatrais no Centro Cultural da Diversidade e exposições em diversos espaços paulistanos. Tudo sob procedimentos em consonância com protocolos de segurança sanitária.

Na cerimônia inaugural, totalmente on-line, a cantora Linn da Quebrada apresentará pocket show seguido da exibição de “As Mil e Uma”, filme da argentina Clarisa Navas, inédito no Brasil e exibido na mostra Panorama, do Festival de Berlim.

A competição brasileira, uma das peças de resistência do Mix Brasil, reúne nove títulos, todos com temática ligada à diversidade. Alguns dos selecionados fazem sua première nacional no festival. Caso de “A Torre”, do mineiro Sérgio Borges, de “Mães do Derick”, do paranaense Dê Kelm, e dos paulistas “Alfabeto Sexual”, de André Medeiros Martins, “Limiar”, de Coraci Ruiz, e “Vil, Má”, de Gustavo Vinagre. Completam a programação, o mineiro-brasiliense “Valentina”, de Cássio Pereira dos Santos, o goiano “Vento Seco”, de Daniel Nolasco, e os paulistanos “Meu Nome É Bagdá”, de Caru Alves de Souza, e “Para Onde Voam as Feiticeiras”, de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral.

“Valentina” recebeu dois prêmios na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo: melhor filme pelo júri popular e prêmio especial para sua protagonista, a jovem atriz trans Thiessa Woibackk.

O segundo longa de Caru Alves de Souza, “Meu Nome É Bagdá”, foi premiado no segmento juvenil do Festival de Berlim. “Vento Seco”, de Daniel Nolasco, integrou mostra de curtas e longas desse realizador goiano, homenageado pelo Olhar de Cinema.

As irmãs Caffé e Beto Amaral somaram forças em um filme de rara força narrativa e mobilizadora – “Para Onde Voam as Feiticeiras”. Exibido na abertura do Olhar de Cinema, em caráter hors concours, as “Feiticeiras” causaram grande impacto. O filme, um híbrido de documentário e ficção, é um dos fortes concorrentes ao Troféu Coelho de Prata, o prêmio máximo do Mix Brasil.

Na competição de curtas brasileiros, serão exibidos 13 filmes, oriundos de sete estados. A eles, se somarão 48 trabalhos nacionais e 20 estrangeiros, divididos em treze programas temáticos – “Corpos Cênicos”, “Golden Girls & Boys”, “Identidade e Política”, “Inconciliáveis”, “Mix Jovem”, “Mulheres Alfa”, “Nós Duas”, “Sagrades”, “Sexy Boyz 2020”, “SP Mix”, “Tensão em Família” e “Crescendo com a Diversidade”.

Os curtas brasileiros (com faixa etária recomendável de 12 a 16 anos) são o ótimo “Inabitável”, dos pernambucanos Matheus Farias e Enock Carvalho, protagonizado pela grande atriz baiana Luciana Souza, o capixaba “Inabitáveis”, de Anderson Bardot, “Fotos Privadas”, de Marcelo Grabowsky, “Polvorosas”, de Malu Teodoro e Thaneressa Lima, “Os Últimos Românticos do Mundo”, de Henrique Arruda, “Pornô Anos 80”, de Mateus Capelo, “O que Pode um Corpo?”, de Victor Di Marco e Márcio Picoli, “A Vapor”, de Sávio Fernandes, “Ar”, de Marcelo Oliveira e William Oliveira, “O Presente”, de Daniel Wierman, “Quase me Fizeram Acreditar que Eu Não Existia”, de Rachel Daniel e Arthur Alfaia, “A Mordida”, de Pedro Neves Marques (o único lusitano), e “Letícia, Monte Bonito, 04”, de Júlia Regis (este, livre para todos os públicos).

Fora de competição – dentro da mostra “Vozes do Brasil Real” –, serão exibidos quatro documentários que registram vivências de populações ignoradas ou marginalizadas: os cariocas “Prazer em Conhecer”, de Susanna Lira, e “Quem Pode Jogar?”, de Marcos Ribeiro, o baiano “Cinema de Amor”, de Edson Bastos e Henrique Filho, e o paulista-catarinense “Homens Pink”, de Renato Turnes.

A programação de longas internacionais foi selecionada em festivais como Berlim, Veneza, Toronto, Sundance, Cannes e OutFest. Entre os títulos inéditos no circuito comercial brasileiro e oriundos de geografias bem diversificadas, os curadores destacam “Verão de 85”, de François Ozon (França), “Língua Franca”, de Isabel Sandoval, melhor filme do Queer Lisboa deste ano (EUA-Filipinas), “I Carry You With Me”, de Heidi Ewing (EUA, México), vencedor do prêmio do público em Sundance, “Shiva Baby”, comédia de Emma Seligman, e “Saint-Narcisse”, de Bruce LaBruce (ambos do Canadá), “Suk Suk”, de Ray Yeung Pak (China), “A Morte Virá e Levará seus Olhos”, de José Luis Torres Leiva (Chile), “A Cidade Era Nossa”, de Netty van Hoorn, documentário sobre o movimento lésbico holandês nos anos 70, e “The World to Come”, de Mona Fastvold, e “Cured”, de Bennett Singer e Patrick Sammon, ambos dos EUA.

Além de exibir e refletir sobre uma centena de filmes, o Mix Brasil contará com seis espetáculos teatrais inéditos. Um deles – ”Wonder! Vem pra Barra Pesada!” – é uma criação do Teatro Oficina, de José Celso Martinez Corrêa e trupe, e homenageia a memória de Claudia Wonder. Além do pockett show “Linn da Quebrada”, haverá apresentações de “Jaloo”, “Martte” e “Bia Ferreira”. E o tradicional Show do Gongo comandado, virtualmente, pela atriz Marisa Orth.

28º Festival Mix Brasil
Data:
11 a 22 de novembro
Exibição de 101 filmes e programação de shows, debates, espetáculos teatrais, atividades literárias e exposições
As atividades são majoritariamente virtuais (com poucos programas presenciais) e poderão ser acessadas gratuitamente pelo endereço mixbrasil.org.br
Os filmes podem ser assistidos em três plataformas digitais: InnSaei (innsaei.tv), Sesc Digital (sesc.digital/home) e Spcine Play (spcineplay.com.br/)
O acesso a alguns filmes será limitado e alguns longas-metragens serão exibidos apenas em sessões presenciais

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