Retrospectiva de Terry Gilliam

Começa nesta semana a Mostra Terry Gilliam – O Onírico Anarquista, a mais abrangente retrospectiva já feita no Brasil da obra do cineasta, ator e animador americano. A mostra totalmente gratuita acontece no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo entre os dias 6 de abril e 2 de maio, presencialmente, e contará com 28 produções e on-line serão exibidos 3 filmes, dois deles com recursos de acessibilidade, além das atividades paralelas como palestra, debate e curso. O evento também acontece em Brasília desde 22 de março e vai até 17 de abril.

Com curadoria do diretor, produtor, roteirista, escritor e crítico de cinema Eduardo Reginato e do cineasta e editor Christian Caselli, a mostra resgata toda a trajetória de Gilliam, que começou sua carreira como animador e cartunista, mas foi no cinema e televisão, tanto como diretor, roteirista ou ator, que se destacou. Aos 81 anos, e mais de 30 créditos de atuação e roteiro, além de outros 20 na direção, o americano radicado na Inglaterra fez parte da icônica trupe Monty Python, com a qual fez um de seus longas mais famosos: “Monty Python em Busca do Cálice Sagrado” (1975).

Terry Gilliam – O Onírico Anarquista, no entanto, não se restringe aos longas do cineasta. Com o intuito de fazer um grande panorama de sua carreira, apresentará curtas raros, como “Storytime”, de 1968, sua primeira incursão na direção de cinema. Ao todo, serão 5 curtas, além de documentários sobre Gilliam e sua obra, como “Life of Python”, de Michael Redhead, e “Perdido em La Mancha”, de Keith Fulton e Louis Pepe, cujo tema é a primeira tentativa do diretor de filmar “O Homem que Matou Don Quixote”, em 2000, e se transformou num verdadeiro pesadelo. O projeto só saiu do papel definitivamente quase duas décadas depois.

Considerado um cineasta cult, Gilliam concorreu ao Oscar em 1986, pelo roteiro de “Brazil”, que escreveu com Tom Stoppard e Charles McKeown. No Festival de Cannes, ele exibiu “Medo e Delírio” (1998), e, em Berlim, “Os 12 Macacos” (1996). Em 2005, ganhou um Leopardo de Honra, no Festival de Locarno.

A obra de Gilliam é marcada pela inventividade e o surreal, não por acaso, boa parte de seus filmes parecem se passar num mundo onírico – ou de pesadelo. Único americano do Monty Python, ele também é conhecido pelo humor ácido e a crítica ao mundo contemporâneo por meio do realismo fantástico, capaz de criar imagens poderosas, como os voos de Sam Lowry, em “Brazil – O Filme”, ou o universo delirante do Dr Parnassus, no filme de 2009.

Segundo Eduardo Reginato, Gilliam é fascinado pelo período Barroco por conta da pronunciada luta entre espiritualidade e ecletismo dicotômico. A partir disso, seu cinema combina elementos, antagônicos, como o belo e o feio, o antigo e o moderno. Além disso, o cineasta traz em sua obra um tom de distopia moderna, o pesadelo da contemporaneidade soterrada sob burocracia e opressão.

A programação completa da mostra pode ser conferida em bb.com.br/cultura.

 

Mostra Terry Gilliam – O Onírico Anarquista
Data: 
6 de abril a 2 de maio
Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo–SP – Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô – Informações: (11) 4297-0600
Ingressos: Pelo site bb.com.br/cultura e na bilheteria – gratuito

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