Gramado divulga lista de longas documentais e curtas brasileiros que disputarão o Troféu Kikito

Foto: “Velho Chico, a Alma do Povo Xokó”, documentário de Caco Souza

Por Maria do Rosário Caetano

O comando do Festival de Cinema de Gramado, representado por Rosa Helena Volk, e os curadores Marcos Santuário e Caio Blat anunciaram os cinco longas documentais e os 12 curtas brasileiros que disputarão o Troféu Kikito e serão exibidos pelo Canal Brasil em todo território nacional.

O anúncio foi feito em concorrida coletiva de imprensa realizada em hotel no Paraíso paulistano, da qual participaram também André Saddy, diretor do Canal Brasil, e a atriz Bárbara Paz, representando a Academia Brasileira de Cinema.

Rosa Volk, presidente da GramadoTur, registrou que o comando do festival gaúcho — cuja quinquagésima-segunda edição acontecerá de nove a 17 de agosto — reviu sua intenção, tomada em caráter emergencial, de só exibir os 12 curtas brasileiros na telinha do Canal Brasil.

“Fomos procurados por entidades representativas do segmento e aceitamos a solicitação encaminhada por eles — de que os curtas sejam exibidos presencialmente no Palácio dos Festivais, além de no Canal Brasil”.

A presidente da GramadoTur descreveu a situação aeroportuária do Rio Grande do Sul, desde que as enchentes de maio causaram imensos prejuízos ao Estado: “Nossa conectividade aérea está sendo retomada aos poucos. A partir de outubro, o Aeroporto Salgado Filho, de Porto Alegre, o principal de nosso Estado, pretende oferecer 50 vôos diários. Em sua rotina, antes das enchentes, eram oferecidos 148 vôos/dia”.

Como o festival acontecerá dois meses antes da retomada parcial do Aeroporto Salgado Filho, Rosa Volk mostrou a realidade que desafia o comando de Gramado: “a Base Aérea de Canoas vem oferecendo sete vôos diários e o Aeroporto de Caxias do Sul, cinco vôos diários”. Então, quantificou: “Trabalharemos com apenas 8% das aeronaves disponíveis em anos anteriores”

Frente a tal quadro, as entidades representativas dos curta-metragistas aceitaram participar do festival sem contar com a presença, na Serra Gaúcha, de seus realizadores. Mas conquistaram a tela grande do Palácio dos Festivais.

Antes de anunciar os documentários selecionados, os curadores Santuário e Blat explicitaram suas motivações: “Escolhemos filmes inéditos, de temáticas diversificadas e vindos de vários pontos do país, da Amazônia, do Nordeste, do Sudeste”.

André Saddy, do Canal Brasil, lembrou a longeva parceria da emissora com o festival gaúcho. “Ela já dura 25 anos e estamos felizes em mostrar os documentários e os curtas para todo território nacional”. Assim procedendo, festejou, “teremos torcida na noite da entrega dos troféus Kikito, que transmitiremos ao vivo”.

Os longas e curtas gaúchos continuarão à mostra apenas no Palácio dos Festivais. Mesmo caso da “elogiadíssima seleção de longas ficcionais brasileiros”. Caio Blat contou que recebeu muitos elogios pela lista, divulgada dez dias atrás. O impacto foi dos mais significativos. Ouviu elogios por reunir quatro diretoras (Anna Muylaert, Eliane Caffé, Juliana Rojas e a estreante Dira Paes) e três diretores (Aly Muritiba, Marcos Jorge e Érico Rassi). “Todos que vieram falar comigo externaram entusiasmo com este time de sete filmes”.

Rosa Volk aparteou: “Eles se entusiasmaram tanto com os sete filmes, que nos obrigaram a aceitar um sétimo concorrente. Só seis estavam previstos”.

Ao que Blat e Santuário emendaram: “dissemos que nenhum deles podia ser excluído. Formavam um todo muito forte. Nós, que exibimos filmes do Acre (o premiadíssimo “Noites Alienígenas”) e de Tocantins (“O Barulho da Noite”), ficamos felizes em poder mostrar um faroeste que vem de Goiás”. A dupla ficou “muito feliz”, também, em contar com quatro mulheres com seus “excelentes filmes” e com diretores como o baiano Aly Muritiba e o paraense Marcos Jorge, que voltam a disputar o Kikito.

Marcos Santuário, Rosa Helena Volk e Caio Blat, em São Paulo © Risnic Fotografia

Na lista de longas documentais, os curadores destacaram a presença amazônica e sergipana, a riqueza artística e cultural do país (seja por filmes que falam do ofício da representação teatral, seja pelo cultivo da poesia ou por nossa tradição nos documentários que biografam importantes nomes de nossa música popular).

A seleção de curtas-metragens brasileiros foi feita por quarteto majoritariamente feminino (Daniela Siqueira, Daniela Strack, Fernanda Rocha) e por Daniel Rodrigues.

Abaixo as listas de longas documentais e dos curtas brasileiros selecionados:

LONGAS DOCUMENTAIS

. CLARICE NISKIER: TEATRO DOS PÉS À CABEÇA, de Renata Pascoal (Rio de Janeiro)
. MESTRAS, de Roberta Carvalho (Pará)
. POEMARIA, de Davi Kinski (São Paulo)
. TOQUINHO MARAVILHOSO, de Alejandro Berger Parrado  (São Paulo)
. VELHO CHICO, A ALMA DO POVO XOKÓ, de Caco Souza (Sergipe)

CURTAS BRASILEIROS

. CASTANHO, de Adanilo (Amazonas)
. A CASA AMARELA, de Adriel Nizer (Paraná)
. A MENINA E O POTE, de Valentina Homem (Pernambuco)
. ANA CECÍLIA, de Júlia Regis (Rio Grande do Sul)
. PASTRANA, de Melissa Brogni e Gabriel Motta (Rio Grande do Sul)
. FENDA, de Lis Paim (Ceará)
. MAPUTO, de Lucas Abrahão (São Paulo)
. MOVIMENTOS MIGRATÓRIOS, de Rogério Cathalá (Bahia)
. NAVIO, de Alice Carvalho, Larinha R. Dantas e Vitória Real (Rio Grande do Norte)
. PONTO E VÍRGULA, de Thiago Kistenmacker (Rio de Janeiro)
. RESSACA, de Pedro Estrada (Minas Gerais)
. VIA SACRA, de João Campos (Distrito Federal)

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