SescTV lança seleção de curtas do CINEFOOT
De 2 de novembro a 7 de dezembro, o SescTV exibirá, todas as quintas-feiras, a partir das 22h, filmes de uma seleção de 10 curtas-metragens escolhidos a partir de edições do CINEFOOT – Festival de Cinema de Futebol. A curadoria foi realizada por Antônio Leal, idealizador da competição. O CINEFOOT é o primeiro festival de cinema latino-americano que reúne produções audiovisuais sobre o universo do futebol. Desde a sua criação, em 2010, já foram exibidos mais de 450 filmes que abordam a paixão nacional sob uma ampla variedade de perspectivas, desde suas dimensões esportivas até suas facetas sociais, culturais, comportamentais e humanas.
A abertura da programação fica por conta do curta-metragem “A8” (25 min.), com direção de Lucio Branco. O filme apresenta um monólogo que enfatiza, quer seja no campo ou em qualquer outro contexto, a consciência como método fundamental. Afonsinho, com uma visão panorâmica semelhante à exigida por sua posição, não se limita a enxergar apenas seus companheiros de equipe no campo. Ele reconhece que, para um jogo acontecer, é necessário até mesmo um adversário. Como herdeiro das camisas de ícones como Zizinho e Didi, ele valoriza o talento individual, mas também aprecia o papel do jogador que “carrega o piano”, pois sabe que uma performance solo não é possível sem um coletivo unido. Em A8, não existe a noção de um único dono da bola, ressaltando a importância do trabalho em equipe e do entendimento do jogo como um todo.
Na quinta seguinte, dia 9 de novembro, é a vez do curta ”Na Marca da Cal” (foto, 23 min.), com direção de Fábio Marcelino. O espectador conhecerá a história de aproximadamente 300 árbitros pertencentes ao quadro da Federação Mineira de Futebol que estão em busca de realizar o sonho de apitar jogos de futebol profissional. Para alcançar esse objetivo, eles dedicam seu tempo e esforço ao circuito de competições do futebol amador em Belo Horizonte e na região metropolitana. Homens e mulheres, esses árbitros se deslocam pelas cidades, atuando em campos de terra batida e espaços comunitários que servem como centros de lazer e convívio, muitas vezes localizados em vilas e favelas. Apesar da pressão e, em diversos casos, a violência, seguem trabalhando, driblando a poeira, marcando impedimentos, validando gols e legitimando resultados.
Em 16 de novembro, o filme “Três no Tri” (14 min.), dirigido por Eduardo Souza Lima, mostra a Copa do Mundo no México em 1970, quando Pelé marcou o gol que virou o jogo contra a Tchecoslováquia, desempenhando um papel fundamental na campanha que levou a seleção brasileira a conquistar o tricampeonato. Esse momento icônico foi capturado por Orlando Abrunhosa, tornando-se a imagem mais reproduzida em todo o mundo. No entanto, essa não foi a única grande realização do fotógrafo. No mesmo dia, logo na sequência, será exibido “A Culpa é do Neymar” (11 min.), dirigido por João Ademir. No curta, Túlio, um jovem comum do subúrbio, começa a torcer pelo Santos, time do seu ídolo Neymar. Para seu pai, um botafoguense fanático, essa mudança de lealdade é vista como uma traição que não pode ser perdoada.
Na semana seguinte, dia 23 de novembro, será exibido o filme “Eu Jogadora, um Autorretrato do Futebol Feminino no Brasil” (18 min.), dirigido por Edson de Lima, Cristiano Fukuyama e Luiz Nascimento. A produção busca responder a alguns questionamentos: o que pensa a primeira mulher a ter sido técnica da seleção brasileira de futebol feminino? O que sentem duas atletas olímpicas que abriram caminho para a atual geração? E quais são os sonhos de duas revelações da modalidade? No mesmo dia, também estreia o título “Boca de Fogo” (9 min.), com direção de Luciano Pérez Fernández. Na cidade de Salgueiro (PE), os torcedores de futebol na arquibancada, enfrentam o sol e o desconforto em busca das emoções dos jogos de futebol locais. Eles acompanham, pelo rádio, o peculiar comentarista Boca de Fogo, que lança seus comentários com sua voz poderosa e dicção inconfundível, tornando mais eletrizante cada lance das disputas.
Já o curta “Soccer Boys” (14 min.), que vai ao ar dia 30 de novembro, mostra jogadores do Beescats Soccer Boys em meio à disputa pela Taça da Diversidade. Eles falam sobre sua relação com o futebol e refletem sobre a relação do esporte e a discriminação sexual no Brasil. O filme é dirigido por Carlos Guilherme Voguel. No mesmo dia, “Três Cores e Outras Mais” (14 min.), com direção de Frederico Franco e Rafael de Campos, conta a história de Serginho, um torcedor fervoroso. Desde os anos 70, frequenta estádios e luta contra os preconceitos com coragem em torno da primeira torcida LGBTQIA+ do Brasil.
Em “A Copa dos Refugiados” (13 min.), o futebol é uma linguagem universal, capaz de romper barreiras e unir povos. Realizada desde 2014, em São Paulo, a Copa de Integração dos Refugiados se propõe a chamar a atenção dos brasileiros para o cotidiano de refugiados e imigrantes, sobreviventes da maior crise humanitária desde a 2ª Guerra Mundial. Já na produção “Os Boias-Frias do Futebol” (15 min.), são retratados os sonhos e as incertezas de dois jogadores da Série C do Campeonato Estadual do Rio, a divisão mais operária do futebol carioca. A direção de ambos os curtas é de Luciano Pérez Fernández.